Regressados às primeiras horas de sexta-feira ao país, saídos de cinco dias tumultuados na cidade de Dar es Salaam, devido aos supostos casos positivos de Covid-19 relatados pelas autoridades sanitárias tanzanianas, que condicionaram o desempenho na discussão do acesso à fase de grupos da Taça da Confederação, com o Namungo FC, os militares do Rio Seco olham agora para a materialização do "penta”, o desejado quinto título consecutivo, feito exclusivo do Petro de Luanda, no futebol angolano. 

Afastado do comando da equipa há mais de um mês, por força das condicionantes impostas pela pandemia, o português Paulo Duarte, afastado dos treinos de sábado e de ontem, por razões de saúde, deve regressar ao banco. E conta com o grosso do plantel, nomeadamente Neblu, Bonifácio, Bobó, Mário Balbúrdia, Mabululu, Mongo e Zini, jogadores dados como infectados na Tanzânia, país sem protocolo de combate à Covid-19, razão pela qual é criticado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por não reportar casos.  

Testados à chegada a Lu-anda, os oito atletas estão negativo e foram integra-dos sem restrições na bolha montada na Cidade Desportiva do 1º de Agosto, de onde o plantel sai hoje,  para a disputa do jogo. Se os resultados da próxima avaliação, dentro de dias, forem normais, serão autorizados a regressar ao convívio normal junto das respectivas famílias.   
Fora das opções da equipa técnica continua o "capitão” Dani Masunguna, a grande preocupação do Departamento Clínico coordenado pelo médico cubano Virgílio Paez. Em dúvida está o médio ofensivo Buá, o fantasista do plantel, poupado no derradeiro treino realizado ontem de manhã, no Estádio França Ndalu, por causa de uma indisposição. 

 
Perigos do leão

Colocados na parte baixa da classificação, com nove pontos somados em quatro jogos disputados nas 12 rondas já cumpridas da prova, os tetra-campeões nacionais sabem que devem encarar o adversário afastados da sobranceria, por forma a ser evitada a repetição da contrariedade sofrida em casa, diante do FC Bravos do Maquis, derrota por 2-3, depois do triunfo (1-0), no clássico dos clássicos frente aos petrolíferos, muito elogiado por ter sido alcançado à saída da longa  paragem resultante da quarentena a que foram sujeitos. 

Enquanto aguardam pelo desfecho do recurso interposto à CAF, por causa do que consideram aproveitamento da pandemia pelo Namungo, para falsear os resultados desportivos, dada a perda de força competitiva do adversário, os rubro e negros fazem do campeonato a grande prioridade. O discurso dominante na agremiação presidida por Carlos Hendrick da Silva aponta à conquista de pontos numa margem que permita assumir a liderança, quando terminar a maratona de partidas em atraso.  

O 1º de Agosto persegue a segunda vitória consecutiva, de modo a interromper a tendência de alternância de triunfos, empates e derrotas que tem marcado a fase inicial da época da equipa, em todas as competições. A resposta competitiva dada aos tanzanianos (3-1), mesmo com as limitações forçadas pelos alegados casos positivos de Covid-19, marca a bitola para o desafio com o Sporting.   
Mas de Cabinda viaja um leão determinado a rugir forte, sobretudo se o adversário o subestimar. A derrota sofrida na secretaria, face à ausência em Benguela, com vista a defrontar a Académica do Lobito, tem o condão de espevitar os pupilos de Daniel Mena Kwazambi, cuja meta é garantir, o quanto antes, a permanência na competição, ao contrário da habitual luta dos aflitos, nas últimas jornadas.  

Embora respeite a força futebolística dos detentores do título do Girabola, o único representante da província mais a Norte do país encontra inspiração na postura que fez cair com estrondo o Petro de Luanda, no Estádio do Tafe, sob o peso de um convincente 3-0, desfecho que contribuiu na saída do espanhol Antonio Cosano.