Economia

50 por cento da população adulta já tem acesso a conta bancária

António Eugénio

Jornalista

O Governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José Massano, anunciou ontem, em Luanda, que um inquérito realizado durante o ano passado com o Banco Mundial concluiu que 50 por cento de pessoas adultas angolanas têm acesso a uma conta bancária, inserida no processo de inclusão financeira.

18/02/2021  Última atualização 09H30
Adultas angolanas têm acesso a uma conta bancária © Fotografia por: DR
José Massano que falava à imprensa, depois da assinatura de um Protocolo de Cooperação para o Desenvolvimento de Iniciativas para o fomento da literacia e inclusão financeira da população angolana Juvenil, com o ministra a Juventude e Desportos (MINJUD), Ana Paula do Sacramento Neto, adiantou que o programa que estava previsto para terminar em 2022, teve o seu termo antes da meta traçada face à dinâmica estabelecida pelo BNA.

O governador defende que, apesar de se ter cumprido antes da data prevista, há necessidade de se redobrar o trabalho, por não se tratar apenas um processo do acesso a uma conta bancária, mas também do benefício desta relação com os bancos comerciais e vantagem de uma gestão mais cuidada dos recursos de cada um.

"Nós vamos continuar a fazer o nosso trabalho, saímos mais reforçados agora com esta parceria com MINJUD. O ano de 2021 vai ser determinante, porque tomamos outras iniciativas no ano de 2020, em que tívemos uma nova lei do sistema de pagamento que vai permitir que os pagamentos móveis sejam uma realidade no país”.
O governador do BNA avançou que no segundo semestre deste ano entra em funcionamento a primeira operadora móvel licenciada pelo Banco Nacional de Angola que vai ajudar no processo de inclusão financeira. Acrescentou que o BNA tem disponíveis recursos e especialistas para passar para a fase de implementação do protocolo rubricado entre as duas instituições angolanas.

O acordo rubricado entre as duas partes está inserido no Projecto de Desenvolvimento do Sistema Financeiro (PSDSF 2018-2022) e do Plano Nacional de Inclusão Financeira (PNIF 2018-2022). Tendo  avançado que existem muitos desafios virados à inclusão financeira e o acordo rubricado entre as duas instituições vai dar consistência às iniciativas já em implementação, que compõem o Plano de Desenvolvimento Nacional.
O gestor disse que o BNA tem estado a trabalhar com equipas internas promovendo acções formativas e seminários com o propósito de munir o cidadão com mais informação financeira para gerir os seus recursos.

Consta também melhorar a sua relação com os bancos comerciais e outras instituições financeiras não bancárias, vocacionadas para a prestação de serviço, particularmente ao cidadão de renda mais baixa, numa clara referência às sociedades de micro-crédito e de pagamento.

Acrescentou que o BNA tem disponíveis recursos e especialistas para passar para a fase de implementação do protocolo rubricado entre as duas instituições angolanas. Por sua vez, a ministra do MINJU, Ana Paula do Sacramento Neto, afirmou que a assinatura do acordo é um culminar de uma tarefa que permitirá levar aos jovens um produto necessário reforçando, desta forma, a mobilização da juventude para migrar do comércio informal ao formal.

" Nós precisamos de formar, informar e levar ao jovem toda informação para que eles tratem da sua organização financeira e literacia financeira,  é o que se necessita neste momento e temos aqui uma resposta pronta do Banco Nacional de Angola”.
Ana Paula do Sacramento Neto aponta o dia 20 de Março como data provável para começar a implementação  do protocolo assinado, pelo facto de muita juventude está ávida em aderir ao processo.

Por sua vez,  para a directora do Departamento de Inclusão Financeira do BNA, Teresa Pascoal, o acordo de cooperação com o MIJUD visa instruir os jovens para o manuseamento das suas finanças, cabendo à instituição financeira transmitir conceito, educação e inclusão financeira, para que o jovem possa estar em altura de melhor posicionamento a nível da sociedade.

Linhas de força do acordo    
  
            
O BNA e o MINJUD acordam cooperar na concepção, desenvolvimento e implementação de iniciativas, a nível nacional, com o objectivo de promover a literacia e a inclusão financeiras dos adolescentes e jovens, de modo a proporcionar-lhes níveis de literacia e de capacidade que lhes permitam estabelecer uma relação responsável e consciente com as instituições do sistema financeiro, através do uso racional dos produtos e serviços financeiros.

Pretende-se desenvolver programas de empreendedorismo que visem a preparação e capacitação dos jovens para o mundo dos negócios, criando emprego e riqueza, bem como contribuir para o crescimento do Produto Interno Bruto e, consequentemente, para a melhoria do bem-estar das famílias.

Desta forma, as iniciativas decorrentes da cooperação entre as duas entidades serão endereçadas aos jovens e adolescentes de todo o país, circunscritas na dinâmica das suas respectivas famílias, comunidades, escolas, instituições públicas, privadas bem como em outros ambientes sociais e serão implementadas nas escolas, núcleos habitacionais, associações, centros comunitários, organizações juvenis, igrejas, bem como Casas e Centros Sociais da Juventude em todo o território nacional.

O Protocolo de Cooperação, celebrado por um período de dois anos, podendo ser prorrogado por sucessivos períodos a definir, possuirá um Grupo de Trabalho responsável pela definição do Plano Geral de Actividades, cronograma, metas, planos específicos de eventos, bem como mecanismos de monitoramento, avaliação e fiscalização da execução das actividades e iniciativas deles decorrentes.
O protocolo, assinado entre o BNA e o MINJUD, pretende desenvolver iniciativas no sentido de materializar as estratégias e políticas do Estado para a Juventude, selando o compromisso entre as duas entidades de fortalecer a cooperação.

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