Economia

“A agricultura está na agenda do país”

A Associação Jovens Agricultores de Angola (AJANG), com suporte do AgroPortal, está a mobilizar a força jovem para a agricultura com o lançamento de um prémio, iniciativa apoiada, de igual modo, pela congénere Associalção de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP). O presidente da AJANG, Yudo Borges, esclarece, na entrevista que se seguem, as projecções para mobilizar a actividade agrícola pelo país.

21/04/2021  Última atualização 11H10
© Fotografia por: Cedida
O que motivou a criação do Prémio Jovem Agricultor?
Em Angola, o jovem agricultor passa por muitas dificuldades em vários sentidos; aquisição de créditos, de terras para trabalhar, insumos e outros inputs e, no final, muitas vezes existem dificuldades de logística para vender os produtos. Este prémio é para os jovens guerreiros do agro em Angola, um pequeno incentivo e reconhecimento do trabalho. Esperemos que possa funcionar ainda junto do Governo e do Ministério da Agricultura e Pescas que, certamente, vão ser convidados a participar nesta iniciativa, um alerta para tentarem aliviar alguns dos problemas estruturais.
Esta solução responde aos desafios actuais?
O país está a mudar e, cada vez mais, impulsionar esta actividade crucial ao desenvolvimento, mas ainda tem um longo caminho pela frente e as soluções passam por medidas institucionais de desburocratização e incentivos ao sector agrícola. Nesse sentido, não esquecendo os pequenos agri-cultores e a agricultura de subsistência que também deve ser estimulada (as pessoas com mais dificuldades se puderem devem produzir parte do que consomem, pois têm fraco poder de compra), o Governo deve promover o futuro do país e deste sector e isso faz-se com jovens, aliciando-os para esta actividade, legislando sobre a matéria, colocando segundo critérios a definir áreas de produção à disposição. Também deve junto das instituições de crédito promover as vantagens em projectos agrícolas, propostos por jovens agricultores, não só isoladamente, mas também em parceria. A AJANG entende que o Ministério da Agricultura e Pescas deve assumir esta enorme bandeira dos jovens agricultores. 
O que está a ser bem e mal feito na agricultura angolana?
Temos grandes problemas no domínio agrícola em Angola. Paulatinamente, as coisas estão a acontecer, a agricultura passou a estar na agenda política do país e isso é extremamente positivo. Agora, é necessário encontrar os recursos necessários para fazer acontecer, numa lógica muito simples: ninguém pode ficar para trás. Pequenos, médios e grandes agricultores são todos necessários à construção de um país com enormes recursos, solo, água e clima. 
Como atrair jovens à agricultura na era tecnológica?

Facilitando o acesso a créditos bonificados, acesso à terra, à agua e formação dos jovens para começarem a usar me-lhores tecnologias na agricultura. Só assim, podemos produzir mais em menos áreas e com mais eficiência. Isso aconteceu na Europa e noutros continentes. Em Portugal, por exemplo, com a associação congénere, a AJAP, que é parceira nesta primeira edição do prémio Jovem Agricultor de Angola, temos falado muito acerca destes temas e as coisas estão a acontecer. Obviamente, também podem ser realidade cá.
Como as academias e centros de formação profissional devem posicionar-se ante o convívio de modelos tradicionais e tecnológicos?
A formação é crucial. Formação presencial, online, cursos de curta duração são diferentes modelos facilmente adaptáveis à realidade. Nesta matéria, sabemos que podemos contar com a AJAP, pois esta organização leva 38 anos de vida e muita experiência não só em Portugal, mas em quase toda a Europa e possui, de igual modo, uma relação de verdadeira cooperação com os parceiros de Moçambique. Em Angola, contribuem para o surgimento da AJANG, agora com o Prémio Jovem Agricultor, nomeou uma delegada no país. Em suma, temos já em marcha um plano de actividades que muito em breve iremos apresentar.

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