Opinião

A maka do lixo

Finalmente, depois de aprovada a verba para limpeza e recolha de lixo em Luanda, a cidade capital poderá ver minimizada a situação por que passa com os resíduos sólidos a desafiarem o engenho humano para livrar-se deles.

26/02/2021  Última atualização 09H58
É oportuna a medida tomada agora pelo Executivo numa altura em que não se registam chuvas que, seguramente, aumentariam o índice de vulnerabilidade às enfermidades. Da próxima, e porque precisamos de aprender alguma coisa com a experiência recente relacionada com a rescisão dos contratos com as operadoras sem a existência de um plano B, que se acautelem todos os inconvenientes.

Mais do que procurar culpados pela situação deplorável causada pela exposição de lixo inexplicavelmente pelas ruas de Luanda, por força das medidas que foram tomadas pela governação em Luanda, o mais importante é que aprendamos as melhores lições para que não repitamos os mesmos erros.
Luanda precisa, para lidar com a maka do lixo, de soluções sustentáveis e não de simples "operações de charme” com campanhas de limpeza de fim de semana, sem qualquer perenidade e sustentabilidade.

Quanto ao lixo e independentemente das medidas tomadas agora e que lembram, lamentavelmente, a realidade em que o lixo continua a representar apenas e somente custo aos cofres do Estado, em vez da  componente económica que a mesma devia passar a envolver, é preciso mudar o quadro.
O Estado não pode continuar a gastar elevadas somas, não raras vezes a acumular dívidas incomportáveis pelos serviços de recolha de lixo, quando existem já segmentos da população que estão a aproveitar o lado económico de alguns componentes dos resíduos sólidos.

Por alguma razão, cresce todos os dias em Luanda o número de pessoas que se dedicam a catar produtos plásticos e ferrosos nos amontoados de lixo, apenas para mencionar estes, com fins económicos. E atendendo à aparentemente atractiva tarefa de procurar, no lixo, componentes para medir,  pesar e comercializar, vale a pena evoluirmos para um quadro em que sejam maximizadas as perspectivas de reaproveitamento e reciclagem de material doméstico descartável.

Urge implementar campanhas de educação e de sensibilização junto das populações para que estas sejam capazes de lidar com o lixo de maneira exemplar. E nós, definitivamente, a partir de casa precisamos de mudar a forma como lidamos com o lixo, sobremaneira na rua até ao local de deposição. Não faz sentido e, eventualmente, devia passar a ser infracção passível de multa a deposição de resíduos sólidos sem o adequado envolvimento em plásticos ou em quaisquer outros tipos de embalagens, desde que devidamente selado.

Com esta iniciativa do Executivo, esperemos que se dê por encerrado o ciclo de inoperacionalidade e ineficácia que resultam da implementação dos modelos de limpeza em Luanda. Está na hora de se materializar modelos de limpeza que resultem da concertação e coordenação entre todos os intervenientes no processo de produção de lixo, acompanhada de campanhas de educação e sensibilização sobre a maneira de lidar com lixo a partir de casa até na via pública. 

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