Opinião

A preservação da paz e a consolidação da democracia

A palavra “paz” tem sido, nos últimos dias, muito pronunciada por diferentes sectores da sociedade, que estão interessados em que os actores que devem contribuir para a preservar ajam no sentido de uma verdadeira reconciliação nacional, num contexto em que se está a consolidar a democracia multipartidária.

05/04/2021  Última atualização 08H45
A democracia não é antítese da reconciliação nacional. Pelo contrário, a consolidação da democracia pode levar a que os angolanos, por via do processo democrático, possam salvaguardar a defesa da Justiça e promover o bem comum. O respeito pelas regras democráticas pode ajudar os angolanos a conviver pacificamente nas suas diferenças políticas e ideológicas.

 O regime democrático supõe a existência de projectos políticos variados, com os partidos a desempenharem o seu papel na competição política, com regras já estabelecidas.
 O importante é que essas regras sejam observadas por todos os actores políticos, para que os cidadãos possam fazer as leituras que entenderem sobre as dinâmicas da vida política e tomar livremente posições em relação a este ou àquele projecto de sociedade.

 A democracia em Angola é uma das nossas maiores conquistas, e é inegável que hoje o multipartidarismo é um ganho, e devemos valorizá- lo.
Em democracia, fluem ideias diversas, particularmente veiculadas pelos partidos políticos, que têm dignidade constitucional.
 Dispõe a nossa Constituição (artigo 17º) que "os partidos políticos concorrem em torno de um projecto de sociedade e de programa político para a organização e para a expressão da vontade dos cidadãos (...)"

 Os cidadãos esperam dos partidos políticos que façam o jogo democrático dentro das regras definidas pelas leis da República, com respeito pelas opiniões diversas que felizmente em democracia existem.

 A competição política deve cingir-se aos argumentos, e só aos argumentos, deixando que os cidadãos, potenciais eleitores, façam os seus juízos de valor e decidam livremente na hora da escolha dos governantes.
 Que a paz que alcançámos em 2002 seja preservada para que possamos consolidar a nossa democracia.

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