A violência doméstica é um fenómeno que preocupa o Estado e a sociedade e ele é merecedor de estudo para se encontrar as melhores soluções para o problema.
Não devemos apenas ficar pelas constatações do que está a acontecer na sociedade em termos de violência nas famílias em todo o país. É preciso actuar no sentido de se conhecer profundamente as causas do problema para se encontrarem as terapias necessárias para a sua superação.

E o estudo que propomos deve ser multidisciplinar, quer dizer, devem ser várias áreas do saber a actuar sobre uma realidade que afecta muitos milhares de angolanos.
Vale a pena gastar dinheiro para a investigação ao nível do fenómeno da violência doméstica, com vista a que as autoridades competentes tenham ferramentas suficientes para tomarem as medidas necessárias.

 Temos já no país instituições de ensino superior que criaram estruturas para a investigação científica. Era bom que o Estado aproveitasse o saber das nossas universidades para dotar-se de conhecimento, em várias vertentes, sobre a violência nas famílias, um fenómeno que muitos problemas tem causado à sociedade, entre os quais figura a desestruturação de muitos lares.

 Porque o Estado está obrigado pela Constituição a proteger a família, núcleo fundamental da organização da sociedade, faz sentido que as autoridades recorram a académicos para ajudá-las, com o seu saber, a pelo menos mitigar os efeitos da violência doméstica em Angola.
Um esforço deve ser feito ao nível da educação dos cidadãos, por via de campanhas que devem envolver, não só as escolas, mas também os órgãos da comunicação social.

A gravidade dos problemas de violência na família justifica que haja já um plano destinado a educar os cidadãos no sentido da boa convivência e do amor ao próximo.
Muitas das vítimas da violência doméstica são idosos e crianças, pelo que importa proteger estas camadas vulneráveis da nossa população.

Ninguém tem o direito de maltratar quem quer que seja, mesmo sendo seu familiar. Que os cidadãos continuem entretanto a denunciar junto das autoridades competentes os actos de violência nas famílias, para que as vítimas de maus tratos recebam com celeridade assistência adequada e se neutralizem os seus agressores.