Economia

Acordo com a Ericsson prepara Unitel para 5G

Cristóvão Neto

Jornalista

A Unitel confirmou, ontem, contactada pelo Jornal de Angola, ter assinado com a empresa tecnológica Ericsson, um acordo de três anos para a expansão e modernização com vista a cobrir o mais possível o território angolano, actualizar a rede de acesso por rádio (RAN) 2G , 3G e 4G , bem como preparar a infra-estrutura básica para 5G.

03/05/2021  Última atualização 08H00
Empresa afirma ter liderado o mercado de telecomunucações móveis em 2019 com uma quota da 83 % © Fotografia por: DR
O acordo, assinado a 8 de Abril último, é explicado numa nota de imprensa da multinacional sueca pelo administrador e director técnico da Unitel, Amílcar Safeca, pela necessidade de "proporcionar aos residentes e empresas angolanas os melhores serviços de telecomunicações”.

Segundo o responsável, o objectivo estratégico da Unitel "é permanecer na vanguarda da experiência do cliente”, sendo a Ericsson "um excelente parceiro para atender a essas exigências”, com base num acordo que permitirá à companhia angolana diferenciar a oferta para utilizadores finais e beneficiar dos produtos e soluções mais recentes da multinacional sueca. O documento da Ericsson indica que a Unitel optou por expandir e desenvolver a rede de telecomunicações devido à crescente procura por conectividade no país, onde os  consumidores manifestam maior interesse em novas aplicações, como jogos online, streaming de vídeo, comércio e governo electrónico.

As empresas também apostaram de forma decisiva em digitalizar grande parte das operações, uma mudança de hábitos que exige que as operadoras de telecomunicações tenham maior capacidade de dados. A fonte declara que a Unitel vê nestes investimentos uma oportunidade para conquistar quota de mercado no futuro, obtendo um máximo de receita no crescente segmento de dados.


Cobertura do território
No Relatório de Responsabilidade Corporativa da Unitel relativo a 2019, apresentado no fim de Janeiro, em Luanda, a companhia afirma que, naquele ano, a rede 2G, adoptada logo a seguir ao início da operação, cobria todos os municípios angolanos e 51 por cento das comunas, enquanto, na 3G, essa relação era de 85,4 e 37,5 por cento e na 4G de 20 e 10 por cento, respectivamente. Este documento  considera que "o grande desafio da Unitel é, precisamente, levar este tipo de serviços à totalidade dos 164 municípios espalhados pelas 18 províncias de Angola, e depois pensar no desafio do 5G”.

Mas, acrescenta o relatório da Unitel, "a adopção da tecnologia 5G é o próximo passo na evolução da banda larga sem fio”, dado que "aumentar a velocidade de transmissão de dados com um número cada vez maior de utilizadores em simultâneo é um dos pontos em que este tipo de tecnologia pode marcar a vida do consumidor”. A companhia nota, no documento, que o investimento necessário para implementar a rede 5G em Angola levou a Unitel a definir prioridades e a estabelecer um programa face às circunstâncias económico-financeiras do país e do resto do mundo, que se alteraram com a pandemia da Covid-19, mas, a companhia mantém essa rede como "objectivo fulcral para assegurar a continuidade do seu crescimento empresarial”.
Além disso, conclui, há, na Unitel, "plena consciência de que esta tecnologia vai proporcionar a todos os angolanos uma série de instrumentos que serão decisivos no seu desenvolvimento económico”.

Quinta geração
A rede 5G (quinta geração), também conhecida como a "Internet das coisas”, possibilita uma cobertura mais ampla e maiores transferências de dados, além de um número significativamente maior de conexões simultâneas.
Com essa rede, os telemóveis consomem até 90 por cento menos energia que as redes 4G actuais, o tempo de ligação entre aparelhos móveis passa a ser inferior a cinco milissegundos, face aos 30 da 4G, um número de aparelhos ligados por área 100 vezes superior e as baterias devem ter uma capacidade para durar muito mais do que 24 horas.
No Relatório, a Unitel reclama para si uma quota de mercado de 83 por cento em 2019, quando também contava com 13,1 milhões de cliente, 97 por cento dos quais no segmento pré-pago.  

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