Mundo

África do Sul pondera dar vacina em fase de testes

A África do Sul admite administrar aos trabalhadores da saúde uma vacina contra a Covid-19 ainda em fase de testes, após suspender o lançamento da vacina AstraZeneca, cujos resultados preliminares apontam para uma eficácia mínima contra a variante dominante.

10/02/2021  Última atualização 10H33
Lançamento da vacina AstraZeneca © Fotografia por: DR
O país trabalha actualmente numa nova estratégia de vacinação depois de ter suspendido a utilização da vacina AstraZeneca, mais barata e mais fácil de manusear, mas cujos resultados preliminares num pequeno estudo mostraram ser apenas minimamente eficaz contra casos ligeiros a moderados da doença causados pela variante dominante neste país africano.
As possibilidades que estão a ser consideradas são a mistura da vacina da AstraZeneca com outra ou uma dose única da vacina da Johnson & Johnson, que ainda não obteve autorização para ser administrada a 100 mil trabalhadores do sector da saúde, enquanto se controla a sua eficácia contra a variante.

Há razões para esperar que a vacina da Johnson & Johnson possa ter melhores resultados no país. Os resultados iniciais de um teste internacional da vacina mostraram que é 57% eficaz na África do Sul na prevenção da Covid-19 moderada a grave. Valores inferiores aos obtidos em outros países como os Estados Unidos (72% de eficácia) ou 85% a nível internacional, na prevenção dos sintomas mais graves.

"Não podemos esperar. Já temos bons dados locais", afirmou a directora do Conselho de Investigação Médico da África do Sul, Glenda Gray, que liderou a parte sul-africana do ensaio global. Salientou que os ensaios clínicos mostram que a vacina J&J é segura. Tal como a AstraZeneca, também é mais fácil de manusear do que as vacinas congeladas da Pfizer e Moderna. A estratégia de inoculação da África do Sul está a ser observada globalmente, porque a variante inicialmente detectada e agora dominante está a espalhar-se em mais de 30 países.

As autoridades dizem que esta forma do vírus é mais contagiosa, estando a surgir provas de que pode ser mais virulenta. Estudos recentes também demonstraram que pode infectar pessoas que sobreviveram à forma original do vírus.  Após um segundo surto, os casos e mortes na África do Sul começaram a cair recentemente, mas o país continua a combater um dos surtos mais graves registados no continente africano e já contabiliza mais de 46 mil mortes em mais de 1,4 milhões de infecções.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Mundo