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África sem previsão de receber mais vacinas da AstraZeneca

A União Africana não consegue prever quando obterá novas vacinas da AstraZeneca, destinadas à segunda dose de imunização contra a Covid-19, afirmou o director do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (Africa CDC).

19/04/2021  Última atualização 23H36
União Africana não consegue prever quando obterá novas vacinas © Fotografia por: DR
"Neste momento, não podemos prever quando chegarão as segundas doses”, afirmou John Nkengasong, em declarações, recentemente, na conferência de imprensa semanal da organização, em formato digital, a partir da sede da União Africana (UA), em Adis Abeba, Etiópia. 
O virologista camaronês referia-se à circunstância de o Instituto Serum da Índia - o principal produtor da vacina da AstraZeneca, que vinha a ser distribuída aos países de baixos rendimentos, através do mecanismo COVAX - ter suspendido a exportação de vacinas no final de Março, para dar resposta a um novo surto da pandemia na Índia. 
Nkengasong explicou que a primeira dose da vacina proporciona, porém, um elevado grau de protecção, que a segunda dose "reforça”. 
"Estamos confiantes de que o Instituto do Serum e o Governo da Índia irão libertar (novas) vacinas o mais rapidamente possível”, acrescentou, até porque "a Índia não é uma ilha” e a subida das taxas de imunidade internas não resolve a questão, se a pandemia, com as suas novas variantes, continuar a crescer no resto do mundo, explicou. 
O coordenador do Programa de Imunização e Desenvolvimento de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, Richard Mihigo, afirmou, também sexta-feira, numa segunda conferência de imprensa virtual, que a situação "irá provavelmente melhorar em breve”. 
Mihigo recordou que, nas últimas horas, seis países, incluindo o Níger, Mauritânia, Ilhas Comores e Guiné-Bissau receberam as suas primeiras doses através da Covax, um mecanismo promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para facilitar o acesso equitativo à vacina antiviral por parte dos países menos desenvolvidos. 
"Tudo foi posto em prática para garantir que os países recebam as suas segundas doses a tempo”, acrescentou Mihigo. Lembrou que deve ser deixado um intervalo de até três meses entre as duas doses, para uma maior eficácia. 

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