Economia

Alienação de empresas rendeu 52 mil milhões de kwanzas

Vânia Inácio

Jornalista

O Estado angolano arrecadou um total de 52 mil milhões de Kwanzas com a privatização das cervejeiras Cuca, Ngola, Eka e mais de cinco empreendimentos agro-pecuários, anunciou, ontem, em Luanda, o secretário de Estado das Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos.

02/04/2021  Última atualização 13H09
© Fotografia por: DR
De acordo com Ottoniel dos Santos, que discursava na abertura da  sessão de Assinatura dos Autos de Adjudicação das três cervejeiras e das fazendas do Cuimba, no Zaire, da Longa, no Cuando Cubango, de Pungo Andongo e Quizenga( Malanje) e de Sanza Pombo, no Uíge, o momento serviu   para marcar a efectivação do PROPRIV e representou um passo para a diversificação e o crescimento da economia nacional.

Apelou, na ocasião, aos investidores nacionais e estrangeiros a participarem nos concursos que decorrem, assim como nos que serão lançados brevemente, que incluem activos nos sectores da Hotelaria e Turismo, financeiro e de Telecomunicações.

"O objectivo principal do Estado é por um lado diminuir a participação na economia, aumentar a presença do sector privado na economia, bem como promover o aumento de emprego. O Governo prevê ainda com a dinamização do Propriv aumentar a possibilidade de recuperação de investimento, quer nacional, quer estrangeiro e diminuir o peso que este sector empresarial público tem sobre o próprio Estado”.


Mais 100 activos

Por sua vez o presidente do Conselho de Admi­nis­tração, do Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), Patrício Vilar, informou que o Estado angolano tem como meta vender mais 100 empresas estatais e subsidiárias, até ao final do ano.

No âmbito do Programa de Privatizações (PROPRIV)2020/2022, Patrício Vilar afirmou que as 33 empresas adjudicadas, até ao momento, foram compradas maioritariamente por investidores locais.
"Se no ano passado, mesmo com a pandemia, conseguimos alienar 33 empresas, estamos em crer que este ano vamos conseguir concretizar as nossas metas. Vamos ver se a pandemia nos dá tréguas que não  afecta, de alguma forma, o contacto directo com investidores. mas vamos continuar a trabalhar para captar investidores, principalmente estrangeiros”, salientou.

No mesmo encontro, o PCA do IGAPE disse que dentro de duas ou três semanas, além de dar seguimento do processo da venda do BCI, em leilão em bolsa, o IGAPE pretende dar início ao processo de privatização da Sonangol , dos banco Caixa Geral Angola e BAI, bem como as empresas de telecomunicações com a TV Cabo a Net One, este último  sector "muito apetecível aos investidores”.

Informou ainda que haverá casos de grandes empresas que nesta fase ainda não estarão dispersas em bolsa e citou como exemplo o caso da ENSA que o processo está avançado e dentro de duas a três semanas serão publicados os termos do concurso.
" Algumas empresas não puderam ir imediatamente em bolsa, por circunstâncias próprias do seu balanço e portanto são circunstâncias que serão alteradas já na nova gestão e esperamos que a breve trecho possam ir em bolsa”, afirmou.

Patrício Vilar disse ainda que está previsto o arranque da terceira fase de alienação das unidades económicas especiais (ZEE) que também deverá ser divulgado dentro de duas a três semanas e  ainda a divulgação da lista das empresas que estarão a concurso nesta terceira fase.
O Governo já arrecadou, até ao momento, 344 mil milhões de kwanzas como resultado da privatização de 33 empresas estatais e, deste valor, estão incluídos os 1,1 mil milhões de kwanzas com a venda das participações da Cuca (1%), Eka (4%) , N´gola (1%). bem como 51, 1 mil milhões de kwanzas com as cinco fazendas, distribuídas pelo país.


Novo proprietário
A fazenda Pungo Andongo, localizada na província de Malanje, alienada por 16 mil milhões de kwanzas, agora controlada pela empresa PRUMO–Empreendimentos e Materiais de Construção, prevê atingir, em seis anos, a safra de 15 mil toneladas de soja e 30 mil toneladas de milho.
De acordo com coordenador do projecto, António Vide, que falava durante o evento, encara este "investimento com coragem”. O projecto conta com 95 por cento de mão de obra angolana, com apenas 5 técnicos estrangeiros, que ao fim de três anos, serão substituídos por técnicos locais.

O grupo estima ainda este ano produzir 2.000 toneladas de soja e 4 mil toneladas de milho e perspectiva investir cerca de  15 milhões de dólares nos próximos quatro anos.
A fazenda Pungo Andongo tem uma área de 23 mil 230 hectares, com infra-estruturas ainda por reabilitar, dentre eles um silo com capacidade de armazenamento de 33 mil toneladas e equipamento de produção de fuba, milho e rações animais.











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