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Aristides Gomes conseguiu abandonar a Guiné-Bissau

O Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) disse, ontem, que o ex-Primeiro-Ministro, Aristides Gomes, esteve refugiado na sede das Nações Unidas por recomendação da Organização e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

17/02/2021  Última atualização 06H55
Ex-Primeiro-Ministro deixou o país por recomendação das Nações Unidas e pela CEDEAO © Fotografia por: DR
Aristides Gomes esteve refugiado na sede da Organização das Nações Unidas, em Bissau, quase um ano, na sequência da sua demissão do cargo pelo actual Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, tendo deixado o país a semana passada.Num comunicado enviado à Comunicação Social, segundo a Lusa, a Comissão permanente do PAIGC precisou que Aristides Gomes esteve refugiado na sede das Nações Unidas por "recomendação da ONU, conjuntamente com as forças da Ecomib então estacionadas no país, na sequência da análise de risco da sua segurança”.

"A direcção do PAIGC reconhece e enaltece a intervenção do sistema da s Nações Unidas, nomeadamente do representante do Secretário-Geral da ONU para a África Ocidental e Sahel, Mohamed Ibn Chambas, sob a coordenação da presidência da CEDEAO e particular supervisão de Nana Akufo-Affo, Presidente do Ghana” e que assume a presidência da organização da África Ocidental”, lê-se no comunicado.Segundo o PAIGC, o gesto da ONU e da CEDEAO é avaliado pelo partido como "contributo fundamental para o combate à Justiça selectiva na Guiné-Bissau”.

Aristides Gomes saiu na sexta-feira da sede das Nações Unidas em Bissau, onde se encontrava refugiado há cerca de um ano, por, segundo os seus advogados, temer pela sua segurança.
O Governo liderado por Aristides Gomes foi demitido um dia depois de Umaro Sissoco Embaló assumir a Presidência da Guiné-Bissau, a 27 de Fevereiro de 2020, numa iniciativa que o então Primeiro-Ministro considerou como um golpe de Estado.

Antes de abandonar o país, a Procuradoria-Geral da República ouviu, nos autos, o ex-Primeiro-Ministro, na presença dos seus advogados e emitiu uma nota a informar que autorizou a sua saída do país mediante uma medida de coacção de Termo de Identidade e Residência. A Procuradoria informou que correm, contra Aristides Gomes, processos-crime a que terá que responder assim que for convocado e após o tratamento médico no estrangeiro.

 
Mobilidade com Cabo Verde

A ministra dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau defendeu, ontem, um "modelo apropriado” de mobilidade com Cabo Verde, tendo em conta as relações históricas, políticas e diplomáticas. "É importante a Guiné-Bissau e Cabo Verde pelas relações históricas, políticas e diplomáticas, que temos neste momento, termos um modelo apropriado à nossa realidade”, afirmou Susy Barbosa, quando questionada sobre o assunto.

A MNE guineense falava no final de uma reunião com o homólogo cabo-verdiano, Rui Alberto Figueiredo Soares, que realizou uma visita oficial a Bissau. Segundo a Alta Autoridade da Imigração de Cabo Verde a comunidade guineense residente naquele país é mais expressiva, mas enfrenta problemas relacionados com o acesso aos serviços de regularização e documentação.

O chefe da diplomacia cabo-verdiana disse que as condições dos guineenses em Cabo Verde está a "merecer toda a atenção das autoridades” do seu país e remeteu novidades para a visita à Guiné-Bissau do Primeiro-Ministro, Ulisses Correia, prevista para Março. Para Rui Alberto Figueiredo Soares, outro assunto de destaque é a cooperação a nível empresarial.

"Pretendemos desenvolver efectivamente actividades empresariais de sucesso, já há algumas em curso, mas queremos aprofundá-las e sobretudo garantir as condições necessárias para que esta cooperação económica se faça com sucesso entre os nossos dois países”, afirmou.

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