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Autoridades do Uganda admitem haver rapto de vários civis

As autoridades do Uganda estão a enfrentar pressões para encontrar mais de 30 pessoas alegadamente raptadas pelas forças de segurança antes ou depois das eleições presidenciais do mês passado, cujo resultado foi rejeitado pela oposição.

07/02/2021  Última atualização 22H00
Ministro dos Assuntos Internos general Jeje Odongo © Fotografia por: DR
O ministro dos Assuntos Internos ugandês, general Jeje Odongo, disse, domingo,  aos deputados que, pelo menos, 31 das 44 alegadas vítimas de rapto "ainda não foram localizadas”. A admissão causou alguma surpresa, pois muitas testemunhas assinalam que as pessoas foram levadas à noite em carrinhas sem matrícula.

"Comprometemo-nos a investigar todos e cada um dos incidentes relatados”, afirmou Odongo.  Esta foi a primeira vez que um alto funcionário do Uganda reconheceu os raptos que vinham sendo relatados. Alguns deputados, incluindo o presidente do Parlamento, já tinham pedido uma explicação às autoridades, que negam ter como alvo a população civil.

O Presidente ugandês, Yoweri Museveni, é, por outro lado, visto frequentemente como promotor de paz e segurança relativas no país. O período eleitoral foi, no entanto, o mais violento dos últimos anos. As forças de segurança foram acusadas de assediar e reprimir violentamente os apoiantes de Robert Kyagulanyi Sentamu, antigo músico e líder da oposição no país, conhecido pelo nome artístico, Bobi Wine.


Museveni foi declarado vencedor das eleições com 58 por cento dos votos, contra 35 por cento obtidos por Robert Kyagulanyi. O líder da oposição considerou os resultados fraudulentos, e alegou que soldados encheram urnas, votaram por muitos eleitores e afastaram outros tantos das assembleias de voto.

Museveni rejeitou as alegações de fraude eleitoral e considerou a eleição "a mais isenta de batota” desde a independência do país em relação ao Reino Unido, em 1962.

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