Economia

Autoridades tranquilizam o mercado financeiro

O Ministério das Finanças e o alemão Deutsche Bank realizaram, na quarta e quinta-feira últimas, uma conferência global com investidores do mercado financeiro internacional, em formato virtual, num encontro que um analista disse, depois, ao Jornal de Angola, que ajuda a gerir as expectativas dos investidores e pode servir de avaliação prévia das condições para uma futura emissão de dívida.

12/04/2021  Última atualização 08H58
Conferência com investidores © Fotografia por: DR
Numa nota em que anunciou, ontem, o encontro, o Ministério das Finanças afirmou que a conferência visou apresentar o desempenho recente e as perspectivas macro-económicas do país, um balanço do processo das reformas económicas e sociais em curso, bem como os desenvolvimentos no âmbito da gestão da Covid-19 e o processo de vacinação.
Teve ainda como objectivo avaliar o desempenho do engajamento com as instituições financeiras multilaterais, especialmente o Programa de Financiamento Ampliado (EFF) estabelecido entre o Governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Durante as diferentes sessões com os investidores, a delegação governamental angolana descreveu as realizações da política macrofiscal e gestão da dívida pública, bem como da tendência de estabilização do mercado cambial e monetário.
As perspectivas de evolução do sector dos hidrocarbonetos e minerais, bem como dos avanços em termos de melhoria do ambiente de negócios e dinamização da economia não petrolífera, foram igualmente apresentadas.

A delegação angolana foi chefiada pela ministra das Finanças, Vera Daves, e contou com as presenças do governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, bem como dos secretários de Estado para a Saúde e para o Petróleo e Gás, Franco Mufinda e José Alexandre Barroso.

Contou ainda com a participação do secretário de Estado para a Economia, Mário Caetano João, do presidente do Conselho de Administração da Sonangol, Sebastião Gaspar Martins, e do director da Unidade de Gestão da Dívida Pública, Walter Pacheco.
O analista do mercado financeiro contacto pelo Jornal de Angola para comentar o encontro disse que eventos desses ajudam a gerir as expectativas dos investidores, uma vez que recebem directamente informação sobre o andamento das medidas e projectos, podendo o resultado ser avaliado, depois, na variação das taxas.

"Se, nos próximos dias, as ‘yelds’ se mantiverem estáveis ou reduzirem, significa que o mercado percepcionou de forma positiva, mas, se houver um agravamento, significa que os investidores estão em ‘stress’ e preocupados com alguma situação: sendo esta uma iniciativa da parte angolana é logo vista como um sinal positivo”, frisou o analista.

Esse tipo de conferência é, também útil como avaliação prévia das condições para uma futura emissão, disse, ressalvando que, embora alguns países africanos tenham emitido neste momento de pandemia, "não é expectável que Angola venha a emitir em 2021: talvez em 2022, mas vamos aguardar”.

O documento lembra que, até ao momento, Angola realizou três emissões de Eurobonds no mercado financeiro internacional. Em 2015 o país colocou 1,5 mil milhões de dólares no mercado, com maturidade de 10 anos. Em 2018, emitiu dívida em duas parcelas, uma no valor de 1,75 mil milhões de dólares (com maturidade de 10 anos) e outra no valor de 1,25 mil milhões (com maturidade de 30 anos).

Três meses depois, o Governo avançou com a reabertura daquela emissão, dada a forte procura que existiu, garantindo mais 500 milhões de dólares.
No último trimestre de 2019 foram também emitidos Eurobonds no valor de três mil milhões dólares, uma transacção efectuada em duas tranches, sendo uma parcela com valor nominal de 1,75 mil milhões de dólares e maturidade de 10 anos e uma segunda com valor nominal de 1,25 mil milhões e maturidade de 30 anos.

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