Economia

BestFly espera encaixe de 5,5 milhões de euros

Cristóvão Neto

Jornalista

A transportadora aérea BestFly, que iniciou, na última segunda-feira, uma operação doméstica regular em Cabo Verde, com uma concessão de seis meses renováveis, estima o volume de negócios daquele mercado em cerca de 5,5 milhões de euros por ano, de acordo com o director executivo da companhia em declarações ao Jornal de Angola.

23/05/2021  Última atualização 08H00
Ao primeiro ATR72 600 junta-se outro em menos de dois meses, na época alta do mercado © Fotografia por: DR
Nuno Pereira afirmou que a companhia levou um único avião, um ATR72 600, para a operação cabo-verdiana, devido às restrições impostas pela pandemia, mas, também, "atendendo ao número de voos e horas previstos” num contrato subscrito com o Governo do arquipélago para assegurar a interligação entre ilhas, bem como a mobilidade de pessoas e bens.


Mas a companhia prevê colocar um segundo avião a operar dentro de menos de dois meses, caso se confirme o aumento de tráfego aéreo durante a estação de Verão e, mesmo, no quadro da decisão estratégica da transportadora de se estabelecer de forma permanente naquele país.
Nuno Pereira considerou que a primeira semana de operação da BestFly em Cabo Verde "ultrapassou largamente as expectativas”, tendo em conta o reduzido tempo de preparação e que as vendas só foram feitas por assinatura de contrato.
A fonte revelou que o volume de passageiros já ultrapassou os 500 e a taxa de ocupação  média é de 40 por cento, com alguns voos a atingirem já os 60 ou 70 por cento de ocupação.
Os horários, prosseguiu, tiveram um nível de cumprimento de 99,5 por cento nessa primeira semana, quando os voos cobriram pelo menos duas vezes as ilhas que têm aeroporto capaz de receber o ATR 72 e quatro vezes as rotas para São Vicente e Fogo.

Segundo Nuno Pereira, a BestFly negociou a concessão com o Governo de Cabo Verde que, numa consulta ao mercado, deparou-se com a proposta da transportadora angolana, considerando-a atractiva do ponto de vista operacional, técnico, comercial e dos preços.
A proposta foi "considerada bastante atractiva e como indo ao encontro das expectativas do Governo cabo-verdiano, especialmente, no que diz respeito à capacidade de mobilizar e iniciar a operação em tempo recorde”, afirmou a fonte para explicar como a companhia chegou ao mercado daquele país.

Bons resultados em Angola

Um desenvolvimento da internacionalização da BestFly que, segundo Nuno Pereira, não afecta a operação angolana da companhia, que estava com a actividade reduzida devido às medidas restritivas de mobilidade causadas pela pandemia.
"A ida de uma das nossas aeronaves para Cabo Verde não afecta a nossa estratégia e operação em Angola, mas aumenta os níveis de eficiência e optimiza a utilização de meios quer técnicos quer humanos”, disse a fonte.
A transportadora opera com 11 aeronaves em Angola, em que quatro são helicópteros  dedicados ao suporte da indústria petrolífera, mas outras nove são operadas por uma empresa do grupo fora do país, com aviões baseados no Dubai, RDC, Congo Brazzaville  e Aruba (nas Caraíbas).

O mercado da companhia em Angola envolve o transporte corporativo e executivo de passageiros, bem como os serviços auxiliares de transporte aéreo (handling) e catering, através de uma parceria com um dos chefs angolanos de maior referência, Helt Araujo, e a sua empresa Palatum Catering.
De tal forma, que o Grupo BestFly terminou o ano de 2020 com um volume de negócios superior a 26 mil milhões de kwanzas, de acordo com dados de Nuno Pereira que também apontam para um crescimento do resultado líquido de 5,5 por cento naquele período.

A companhia, segundo a fonte, tem uma quota de 80 por cento do mercado superior da aviação corporativa e de assistência a aeronaves não regulares e corporativas em Angola, onde opera com 250 trabalhadores, 95 por cento dos quais são nacionais, incluindo quadros de topo.

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