Regiões

Bié: Agricultura familiar absorve 651,8 milhões de kwanzas

Mais de 651,8 milhões de kwanzas foram investidos em 2020 para o fomento da agricultura familiar, através dos programas MOSAP II e de Extensão e Desenvolvimento Rural (PEDR), que permitiram assistir 173.155 famílias agrupadas em 6.541 cooperativas, a nível da província do Bié.

07/02/2021  Última atualização 21H45
Camponeses têm recebido apoios do Governo e parceiros sociais visando o aumento da produção nas comunidades © Fotografia por: DR
O montante serviu para a produção de milho, feijão, batata-rena e hortícolas diversas, de acordo com o vice-governador do Bié para a Área Política, Social e Económica, António Manuel. O governante informou sábado, durante o acto que marcou os festejos do 31º aniversário da Associação Nacional dos Camponeses Angolanos (UNACA), que a agricultura familiar é o caminho mais seguro para reduzir a fome.

A nível local, o acto provincial da efeméride decorreu na cooperativa de ex-militares "Kámia-Trindade”, na localidade de Vila Graça, no centro administrativo do Ecovongo, na cidade do Cuito.  O vice-governador António Manuel destacou ainda que, durante o último trimestre do ano passado, foram distribuídos 30 tractores a 39 cooperativas de ex-militares, a nível da província, beneficiando 11.760 camponeses. 

"Para maior apoio à agricultura familiar, o Governo do Bié desenvolve quatro programas fundamentais, nomeadamente subprograma de intensificação das culturas de cereais, leguminosos, raízes e tubérculos, de dinamização e fortalecimento das associações e cooperativas agrícolas, de produção e expansão da cultura do arroz, no âmbito da agricultura empresarial, e de revitalização do café. 

De acordo com o vice-governador, a UNACA continua a ser um parceiro indispensável para a modernização das culturas, desempenhando um papel de relevo no sector produtivo familiar, tendo o Governo colocando-a na linha de prioridade absoluta, por ser a alternativa de muitos jovens ao auto-emprego. 

Segundo o vice-presidente da UNACA no Bié, Eduardo Jonatão, a instituição prima pela busca de soluções viáveis, para ajudar os camponeses organizados em cooperativas e associações. Eduardo Jonatão apelou o engajamento no processo produtivo de todos os camponeses, agricultores e pequenos produtores, de modo a redobrarem esforços na produção e contribuir significativamente no combate à fome, na actual fase caracterizada pela pandemia da Covid-19 e pela estiagem prolongada.

No seu entender, a estiagem que se regista pode comprometer a época da colheita, tendo como consequência o aumento da fome, fruto das alterações climáticas, resultado das queimadas anárquicas e abate de árvores, assim como a desmatação das florestas, para a exploração do carvão.

A província do Bié controla 129 cooperativas e 1.329 associações de camponeses. Dezoito novas cooperativas agrícolas serão financiadas este ano, no âmbito da linha de crédito do Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI), através do Banco de Desenvolvimento Angolano (BDA). 

Segundo Eduardo Jonatão, cada cooperativa tem um montante limite de 50 milhões de kwanzas, com uma taxa de juro de 7,5 por cento, sendo que o prazo para o seu reembolso é negociável.O Governo, acrescentou, pretende o aumento da produção, empregabilidade e da geração de renda para as famílias. 

Em 2020, outras dezoito cooperativas agrícolas , situadas nos nove municípios do Bié, nomeadamente Cuito, Andulo, Nharêa, Camacupa, Catabola, Chitembo, Cuemba, Cunhinga e Chinguar, já foram financiadas, numa carteira de 900 milhões de kwanzas.

Cooperativa Kámia-Trindade

A Cooperativa Kámia-Trindade, de acordo com o seu presidente, Inocêncio Trindade, carece de pelo menos cinquenta milhões de kwanzas, para estimular os associados a produzirem cada vez mais, fazendo com que as importações reduzam significativamente.

A cooperativa tem 250 hectares e na presente época foram preparados apenas 40, de forma manual, devido à falta de tractores e outros meios.  Inocêncio Trindade avançou que se prevê colher 100 toneladas de produtos diversos, contra as 80 colhidas anteriormente, frisando que a estiagem que se faz sentir provocou a destruição de um hectare de repolho, dois hectares de cenoura, um de couve-china e meio hectare de batata-rena.

Composta por 182 membros, a cooperativa de ex-militares Kámia Trindade, criada em 2006, produz igualmente tomate, feijão, milho, cebola, mandioca, frutas diversas e dedica-se, também, à criação de galinhas e peixe.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Regiões