Economia

BNA mantém política para baixar a inflação

Leonel Kassana

Jornalista

O Banco Nacional de Angola (BNA) decidiu aplicar, este ano, uma política monetária prudente e de natureza restritiva, com vista a baixar a inflação para uma taxa situada em torno de um dígito, anunciou ontem, em Luanda, o governador da instituição, no fim de uma reunião de dois dias do Comité de Política Monetária (CPM).

30/01/2021  Última atualização 11H40
Governador considera taxa de câmbio fundamental na absorção do impacto da crise © Fotografia por: Vigas da Purificação | Edições Novembro
José de Lima Massano disse à imprensa que o CPM analisou a evolução do programa de ajustamento para o regime de câmbio flexível, tendo destacado os resultados do saldo superavitário da Corrente da Balança de Pagamentos. Tal resultado, considerou, é reflexo do papel desempenhado pela taxa de câmbio na absorção do choque externo resultante da queda das receitas de exportação em cerca de 41 por cento, quando o volume de importação de bens alimentares caiu numa média de 40 por cento.
  O CPM analisou o comportamento recente e as perspectivas dos principais indicadores económicos, bem como o impacto das medidas de política macroeconómica e estrutural sobre os diferentes sectores da economia.O Comité destacou a redução do diferencial entre as taxas de câmbio praticadas nos mercados cambiais formal e informal de 22,97 por cento, em 2019, para 14,4 por cento, em 2020, bem como a eliminação da sobrevalorização artificial do kwanza em relação às moedas dos principais parceiros comerciais de Angola, tendo o hiato da taxa de câmbio real efectiva se situado próximo do equilíbrio."Em relação ao kwanza, as notícias são boas: fizemos, desde 2018, um esforço de ajustamento, porque a moeda estava sobrevalorizada em torno de 70 por cento, o que tirava sentido a produção nacional, porque era mais barato importar”, disse.  

Segundo o governador, as Reservas Internacional Líquidas (RIL) ascenderam, ligeiramente, até quinta-feira, situando-se em 8.496 milhões de dólares, o que eleva a cobertura da importação de bens e serviços de 9,3 para 12,14 meses. Entre as principais decisões, o CPM concordou em manter os coeficientes das reservas obrigatórias em moeda nacional e estrangeira em 22 e 17 por cento, respectivamente, ao mesmo tempo que a taxa básica de Juro, Taxa BNA, em 15,5, e a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade de sete dias em 7,0 por cento.

Anunciou que o Comité introduziu um intervalo de 0,10 a 0,20 por cento para a taxa de custódia,  em função da magnitude sobre o excesso de liquidez dos bancos comerciais junto do BNA. Foi indexada à taxa de juro da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez a taxa de mercado dos Bilhetes do Tesouro para 91 dias, acrescida de 0,25 por cento, bem como a taxa de juro da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez com maturidade overnight à taxa de custódia aplicável sobre reservas livres mantidas junto do BNA.

Decidiu igualmente afectar o saldo da conta de reserva dos bancos comerciais a duas contas distintas junto do Banco Nacional de Angola, a saber: a conta de reservas obrigatórias e a conta de compensação, sendo que deve ser mantido, permanentemente, na conta de reservas obrigatórias em moeda nacional, 100 por cento do valor apurado para a semana vigente.Na análise feita aos indicadores económicos, o CPM observou de modo particular os efeitos negativos da Covid-19 sobre a economia nacional, os quais concorreram para a contracção do Produto Interno Bruto ( PIB) e interrupção do processo de desinflação iniciado em 2018.                                           
 *Com a Angop

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