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Borrell condena massacres em Tigray

O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell, condenou hoje “nos termos mais fortes possíveis” os massacres de civis na região de Tigray, na Etiópia, divulgados pela Amnistia Internacional.

26/02/2021  Última atualização 17H31
Josep Borrell, Alto Representante da União Europeia © Fotografia por: DR
"A Amnistia Internacional publicou hoje um relatório sobre atrocidades que aconteceram em Axum, na Etiópia, em Novembro de 2020. (…) Trata-se de outra lembrança angustiante da violência que os civis do Tigray têm sofrido deste o início do conflito. Condenamos, nos termos mais fortes possíveis, todos os crimes contra civis e apelamos a que os perpetradores sejam rapidamente trazidos perante a justiça”, lê-se numa nota publicada por Josep Borrell e pelo comissário responsável pela Gestão das Crises, Janez Lenarcic.

Relembrando o Direito Internacional Humanitário que obriga "todas as partes a assegurarem a protecção de todos os civis, incluindo os refugiados e as pessoas deslocadas internamente”, os dois responsáveis pedem o "fim imediato das hostilidades” e o acesso "pleno, imediato e livre” dos jornalistas e organizações humanitárias à região do Tigray.

"Desde o início do conflito, há mais de 100 dias, milhares de civis perderam as vidas e, alegadamente, 80% da população continua sem assistência externa, enfrentando insegurança alimentar crescente e má nutrição. (…) Isto deve cessar imediatamente: o acesso total é essencial para avaliar a situação no terreno e fornecer protecção adequada e assistência para aqueles que a precisam desesperadamente”, defendem.

A Amnistia Internacional (AI) acusou hoje tropas da Eritreia de terem massacrado centenas de civis na região etíope de Tigray em Novembro, baseando-se em entrevistas realizadas a sobreviventes e testemunhas do que pode configurar-se como "crime contra a humanidade”.

"Tropas da Eritreia que lutaram no estado de Tigray, na Etiópia, mataram centenas de civis desarmados na cidade de Axum, entre os dias 28 e 29 de Novembro de 2020, abrindo fogo nas ruas e conduzindo ataques porta-a-porta”, referiu a AI, num relatório hoje divulgado.

De acordo com o documento da organização não-governamental (ONG), "este massacre pode representar um crime contra a humanidade”.

Resultante de entrevistas feitas a 41 sobreviventes e testemunhas, incluindo refugiados recém-chegados ao leste do Sudão, o relatório indicou que estes "descreveram execuções, bombardeamentos indiscriminados e pilhagens, depois de as tropas da Etiópia e da Eritreia terem liderado uma ofensiva para assumir o controlo da cidade”.

Em 04 de Novembro, o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, Nobel da Paz em 2019, lançou uma operação militar na região de Tigray após meses de tensão crescente com as autoridades regionais da Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF, na sigla em inglês).

A presença de tropas eritreias, em apoio às forças federais etíopes, tem sido relatada por residentes, trabalhadores de ajuda humanitária e funcionários locais, mas é algo que é negado por Asmara e Adis Abeba.

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