Coronavírus

Bruxelas junta 300 empresas para acelerar fabrico de vacinas

A Comissão Europeia promove, desde ontem, o primeiro eve-nto pan-europeu de parceria com mais de 300 empresas participantes de 25 Estados-membros para expandir a capacidade de produção de vacinas contra a Covid-19 na União Europeia (UE).

30/03/2021  Última atualização 11H25
© Fotografia por: DR
Em comunicado, o executivo comunitário explica que o evento de 'matchmaking', realizado à distância, visa "acelerar as ligações entre produtores de vacinas e empresas de serviços, como organizações de desenvolvimento e de fabrico, produção de materiais e de acabamentos, fabricantes de equipamento e outros, com vista a melhorar o plano da produção actual e futura de vacinas na Europa".
O evento destina-se, também,  a "resolver os estrangulamentos na produção e na cadeia de abastecimento".

Citada pela nota, a vice-presidente da Comissão Europeia com a pasta digital e da concorrência, Margrethe Vestager, observa que "o número e a variedade de participantes no evento de 'matchmaking' mostra a importância de ter uma indústria farmacêutica vibrante e competitiva na UE", numa alusão à participação de mais de 300 empresas de 25 países.

"A cooperação para combinar recursos complementares e aumentar a capacidade de vacinação pode ser decisiva para acelerar a vacinação dos cidadãos europeus e ultrapassar o surto", assinala Margrethe Vestager, adiantando que, por essa razão, a Comissão Europeia "emitiu uma carta de alívio das regras anticoncorrenciais que facilita a criação de parcerias entre empresas, ao mesmo tempo que protege a concorrência leal".

Por seu lado, o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, que está à frente de um grupo de trabalho para contacto com o sector farmacêutico e industrial, garante estar a "trabalhar com a indústria para fazer melhor uso da capacidade existente e construir novas capacidades em toda a Europa".

"Encorajo as várias empresas envolvidas no processo de fabrico de vacinas a tirarem o máximo partido das oportunidades para criação de parcerias", concluiu.
No que toca à campanha de vacinação europeia, 18,2 milhões adultos dos perto de 400 milhões de cidadãos da UE receberam já a segunda dose da vacina contra a Covid-19, levando a que só 4,1% da população europeia esteja completamente imunizada, segundo a informação divulgada pela Comissão Europeia na passada quinta-feira.

Bruxelas atribuiu estes níveis baixos de inoculações aos problemas de entrega das vacinas da AstraZeneca para a UE, exigindo o executivo comunitário que a farmacêutica recupere os atrasos na distribuição e honre o contratualizado. A meta de Bruxelas é que, até final do Verão, 70% da população adulta esteja vacinada.


 UNIÃO EUROPEIA

Hungria é o país com maior número  da população vacinada

A Hungria é o país da União Europeia (UE) com o maior número  de  população vacinada, mas um dos piores do mundo em número de mortes por Covid-19 'per capita', de acordo com um organismo da UE.
O país da Europa central administrou a primeira dose da vacina a pelo menos 21,6% dos 9,8 milhões de habitantes que possui, indica o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), à frente da pequena ilha de Malta e ultrapassando em 12,3% a média dos 27 Estados-membros do bloco europeu.

No entanto, a alta taxa de vacinação da Hungria, motivada por uma estratégia que garantiu doses provenientes da China e Rússia, além das fornecidas pela UE, não conseguiu evitar um novo surto pandémico, que implicou a mais elevada taxa de mortalidade 'per capita' do mundo em duas semanas, de acordo com a Universidade Johns Hopkins, dos Estados Unidos.

O Primeiro-Ministro húngaro, Viktor Orbán, tem sido muito crítico face ao ritmo de vacinação da UE e rompeu com a aparente unidade do bloco para assegurar contratos de vacinas em direcção a Leste. A Hungria foi o primeiro país da UE a aprovar a Sinopharm da China e a Sputnik V da Rússia, permitindo um considerável aumento nos fornecimentos e levando o país na liderança no que diz respeito ao número de doses distribuídas 'per capita'.

"Estamos numa posição muito boa, à frente da fila, e quer os russos quer os chineses estão a efectuar as entregas de forma apropriada", disse Orbán na, sexta-feira, em entrevista a uma rádio. Na semana passada, a Hungria emitiu uma aprovação de emergência para mais duas vacinas - a Convidecia, produzida pela empresa chinesa CanSino Biologics, e a Covishield, uma versão da AstraZeneca produzida na Índia - elevando para sete o número de vacinas aprovadas, o mais elevado na UE.

Apesar de os responsáveis oficiais terem sublinhado que apenas um rápido processo de vacinação poderá terminar com a pandemia, na sexta-feira, Orbán referiu que a vacinação constitui "a prioridade" e "único meio de defesa contra o vírus".
O registo positivo da Hungria nesta área não conseguiu evitar que a terceira vaga motivasse um recorde de novos casos e de mortes no país.
Ontem estavam registadas na Hungria 20.000 mortes por causas relacionadas com o novo coronavírus, a terceira pior taxa de mortalidade 'per capita' do mundo.



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