Marcos Nhunga, que falava na tradicional cerimónia de cumprimentos de fim de ano, no Centro Cultural Chiloango, na presença de distintas personalidades da província, não avançou o custo global das obras, mas referiu que a execução de 31 projectos, dos 62 inscritos no âmbito do PIIM, são da responsabilidade do Governo da Província, enquanto 16 estão sob coordenação directa do Governo Central.
Em virtude dos reajustes feitos aos projectos, com a finalidade de priorizar as acções de maior impacto na vida da população, o PIIM em Cabinda teve o seu arranque em Junho de 2020. O governador provincial referiu que foram seleccionados projectos ligados aos sectores da energia e águas, saúde, educação, agricultura, as vias de acesso, entre outros."Só arrancamos em Junho, porque foi na perspectiva de se eliminar os projectos que não causariam impacto social na vida da população” esclareceu.

Dos 31 projectos sob responsabilidade do Governo de Cabinda, 15 encontram-se em execução no município sede de Cabinda, seis no município de Cacongo, enquanto Buco-zau e Belize partilham cinco acções cada.Marcos Nhunga lamentou ter havido muitos constrangimentos em 2020 que impediram o avanço de várias obras. Neste particular, apontou as obras no terminal de passageiros, o Porto de Águas Profundas do Caio, o Hospital Geral de Cabinda, o Quebra-Mar e o Aeroporto.
Serviços hospitalares funcionais

Durante o ano recém-terminado, Cabinda registou inúmeras acções que visaram tornar os serviços hospitalares mais funcionais e adequados aos padrões de assistência médica humanizada.O governante referiu que foi aberto o Gabinete do Utente nos hospitais Santa Catarina e 28 de Agosto. Marcos Nhunga inclui a implementação da triagem de "Manchester” no Hospital Provincial de Cabinda (HPC) e a triagem de síndrome respiratórios agudos para adultos e crianças em quase todas as unidades sanitárias da província. Salientou que, na unidade de saúde de referência na província o serviço de Tomografia Axial Computorizada (TAC) passou a funcionar pela primeira vez e foi retomado o serviço de RX. Ainda no sector da Saúde, o governador Marcos Nhunga esclareceu que foi reforçado o abastecimento de medicamentos aos pacientes internados, iniciadas as obras de requalificação da morgue do HPC e do antigo edifício do Hospital Infecto-contagioso.

"Ainda não estamos satisfeitos com os resultados e queremos fazer muito mais. Neste ano de 2021, vamos olhar mais ao factor homem” disse, Marcos Nhunga, sublinhando que no quadro da aposta contínua e permanente na formação dos quadros vão ser enviados 20 profissionais ao exterior do país para formação em varias áreas de especialização."São vários os desafios e não vamos descurar a reabilitação e apetrechamento do Hospital Materno Infantil 1º de Maio e Municipal, a conclusão das obras de reabilitação e apetrechamento do edifício da Secretaria Provincial da Saúde e a criação do laboratório para os exames da Covid-19”, disse.
Novas escolas nos quatro municípios 
Entre os sectores privilegiados, como realçou o governador de Cabinda, o sector da Educação ganhou em 2020 mais uma instituição de ensino. Localizada no bairro Chiweca, trata-se da escola primária "Mêzmo”, com 12 salas de aula e capacidade para acolher 1.080 alunos.No âmbito do PIIM, segundo apurou o Jornal de Angola, estão previstas seis obras, das quais três no município de Cabinda, duas no município de Cacongo e uma em Belize. Em relação ao Programa Integrado de Desenvolvimento Local e Combate à Pobreza, esclareceu Marcos Nhunga, as autoridades aprovaram a construção de sete escolas nos quatro municípios. A conclusão destas empreitadas, acrescentou, vai aumentar o número de salas de aula para 81, permitindo, assim, o ingresso de aproximadamente sete mil alunos novos no próximo ano lectivo."Este facto vai contribuir para redução do número de crianças fora do sistema de ensino, bem como reduzir a distância que os alunos percorrem de casa para escola”, enfatizou.
Terraplenagem nas Vias
Durante o ano de 2020, um total de 60 quilómetros de estrada foram abertos à circulação automóvel em Cabinda, sendo 50 quilómetros na região do Alto Sundi, município de Belize, e dez entre as aldeias de Tamba, Bonde Grande, Bonde Pequeno e São Luís Mabiala, na comuna de Tando-Zinze, Cabinda.Ainda quanto a melhoria na circulação rodoviária, o governador Marcos Nhunga assegurou que foram igualmente efectuados trabalhos de melhoramento de 19 quilómetros na povoação do Yabi, Sul da cidade de Cabinda, 18,5 quilómetros do troço Lelenji-Chapa, Pecesse-Buco Sócoto, no município de Cacongo.

O governador assegurou que o programa habitacional não foi descartado. Recordou que no primeiro trimestre de 2021 tem início a construção de 300 moradias sociais e 500 apartamentos de tipo T3, sendo que no município de Cabinda vão ser edificadas 2.100 moradias e 140 apartamentos. Os restantes municípios vão beneficiar de 300 casas sociais e 120 apartamentos cada."Já foram feitos todos os levantamentos técnicos e existe dinheiro para a sua implantação”, disse.
Mais água potável e energia eléctrica

Cabinda tem uma produção instalada de 150,7 megawatts de energia, que na óptica do governador provincial ainda é insuficiente para atender a demanda e garantir o desenvolvimento da província. Por este motivo, ele anunciou a intenção do Governo de aumentar os níveis de produção para 400 megawatts até 2022.

Segundo apurou o Jornal de Angola, para a concretização desse desiderato, prevê-se, no âmbito da parceria Angola-Japão, estabelecer um protocolo que culminará na construção de uma central fotovoltaica de 50 megawatts, junto à Central Térmica de Malembo. A intenção é fazer um ciclo combinado que atinja 230 megawatts, além dos 100 megawatts a ser adquiridos a partir do Congo Brazzaville e mais 25 megawatts da turbina que em breve chega de Luanda.

O sector das águas não ficou a margem e em 2020 registou a conclusão de vários projectos, além de outros por executar, que depois de concluídos vão permitir que a população consuma água potável com regularidade. Destes, consta a construção da Estação de Tratamento de Água de Sassa-Zau, a abertura de 50 furos artesianos no município sede, dos quais 25 nos bairros periféricos não abrangidos pelo projecto Sassa-Zau e 25 na zona rural. 
Combate à pobreza e apoio à agricultura
Várias quantidades de insumos e instrumentos de trabalho foram entregues aos agricultores pelas autoridades no âmbito do combate à fome e à pobreza e apoio a mecanização agrícola.Com este incentivo institucional cedido aos agricultores, o governador Marcos Nhunga disse que foi possível colher aproximadamente 500 mil toneladas de produtos diversos em toda a região, desde mandioca, banana, batata-doce, feijão e hortícolas. Referiu que, para melhorar a dieta alimentar e o rendimento da população, os camponeses beneficiaram de 60 mil mudas frutíferas enxertadas."Conseguimos comercializar 35 toneladas de café e dez de cacau, construímos mais de uma centena de galinheiros e distribuímos cerca de 500 pintos. No domínio das pescas, atingimos 50 mil toneladas de peixe diverso”, destacou.