Economia

Cada multicaixa deve atender 1.620 clientes

O rácio Terminais de Multicaixas activos (3.148) versus detentores de cartões válidos (5,1 milhões), até Janeiro, mostra que há para cada máquina espalhada nos diversos pontos pelo país 1.620 usuários.

15/02/2021  Última atualização 18H44
O rácio “máquinas versus usuários” obriga a um investimento forte no segmento electrónico © Fotografia por: Edições Novembro
Face aos números, a visão dos gestores desta rede de serviços é que, ao menos, o dobro de caixas actualmente disponíveis seja o ideal para atenuar a pressão sofrida em períodos de pico.
No relatório mensal, que publicou, recentemente, a Empresa Interbancária de serviços (EMIS) diz que estavam emitidos 6,5 milhões (5,1 milhões activos e 1,4 inactivos), comparáveis aos 8,4 milhões de cartões, de 2020, e 7,1 milhões de 2019.
Em termos de Terminais de Pagamento Automático (TPA), o sistema controla 130.502 dispositivos.

Em média, a província de Luanda concentra 54 por cento dos serviços, seja em termos de rede de balcões, banca electrónica, incluindo acesso aos canais digitais e usuários dos serviços.
Dados anteriores avançados por um gestor da Emís davam conta de que, no país, os serviços de multicaixa registam acima de um milhão de transacções diárias e não registam roubos directos. Garantiu ainda que entre 1/3 e 1/4 da população acima de 15 anos utiliza os serviços.

Levantamentos baixam

No primeiro mês deste ano, os usuários de cartões multicaixas levantaram em di-nheiro vivo mais de 180 mil milhões de kwanzas em pouco mais de 12 milhões de operações.
Em termos comparativos, Janeiro fica abaixo de Dezembro, período em que se levantaram dos multicaixas perto de 240 mil milhões de kwanzas em mais de 15 milhões de movimentos registados.

Já nas compras, em Janeiro registou-se um volume de pouco mais de 270 mil milhões de kwanzas muito abaixo dos 370 milhões de kwanzas de Dezembro.
Numa ronda recente do Jornal de Angola junto de alguns bancos, foi possível saber que cada terminal de multicaixas, em média, é abastecido, no dia, com valores entre sete e 15 milhões de kwanzas. Estes valores podem duplicar em momentos de alta procura.

Rede é segura

A rede Multicaixa em Angola, de acordo com os gestores deste serviço bancário, é bastante segura e está situada ao melhor nível mundial. A Emis, os ATM e o software utilizados estão certificados ao nível do que se faz na EU e a introdução do cartão com chip, feita recentemente, veio reforçar a segurança do próprio cartão para evitar as clonagens. A ênfase que dá a empresa gestora é de que a principal falha de segurança continua a ser o próprio utilizador que, frequentemente, mantém o código secreto escrito num papel, na carta de PIN original, juntamente com o cartão ou solicita recorrentemente ajuda a terceiros para auxílio no manuseio das caixas, expondo o código secreto.

Mercado electrónico

A estimativa feita pela em-presa de consultoria McKinsey prevê que, em 2025, o comércio electrónico representará 10 por cento do total de vendas a retalho no continente africano.
"Parece pouco, mas feitas as contas está-se perante um mercado que pode gerar lucros anuais de USD 75 mil milhões”, avançam.

Isto talvez explique o recente anúncio da multinacional eBay em expandir-se para África, através de uma parceria com a start-up africana de compras online MailforAfrica.com. A eBay, que opera em 36 países de quase todos os continentes – a única excepção é África, é um dos gigantes do comércio electrónico. Fundada em 1995 nos Estados Unidos, em 2015 (20 anos depois) registou um volume de negócios na ordem dos 22 mil milhões de dólares e lucros de 2,3 mil milhões.

A aposta em países africanos, segundo alguns analistas, terá pouco impacto nas receitas da empresa a curto-prazo, mas ela acaba por ser uma decisão estratégica que tem em conta o potencial de crescimento do comércio online em África nos próximos anos e décadas. Essencialmente, a eBay pretende marcar logo presença antes que outros gigantes do sector se cheguem à frente.

Comentários

Seja o primeiro a comentar esta notícia!

Comente

Faça login para introduzir o seu comentário.

Login

Economia