Política

“Cafunfo não é um problema político”

Joaquim Cabanje

Jornalista

O presidente da FNLA, Lucas Ngonda, afirmou, ontem, em Luanda, que os acontecimentos de 30 de Janeiro, na vila do Cafunfo, município do Cuango, província da Lunda-Norte, têm mais a ver com casos de Polícia do que um problema político.

28/02/2021  Última atualização 09H10
Lucas Ngonda orientou abertura do ano político © Fotografia por: João Gomes | Edições Novembro
 Lucas Ngonda, que falava no acto simbólico que marcou a abertura do ano político do partido, considerou "inaceitável” o ataque desencadeado por populares contra uma esquadra da Polícia Nacional.
"Alguns acham que o problema é político. Nós, porém, achamos que não, é um problema de polícia, que deve ser resolvido dentro do ordenamento jurídico angolano”, enfatizou. No entender do também deputado, não se deve politizar o que ocorreu nas Lundas, para envenenar as relações entre as populações e a Polícia e, consequentemente, as relações entre o povos Lunda e a Nação inteira.

Segundo o líder da FNLA, os dados recolhidos sobre os acontecimentos de Cafunfo são de que, no cumprimento da sua missão, a Polícia tinha apreendido 63 pedras de diamantes.
"O povo de Cafunfo sabia para onde estavam as respectivas pedras e, passados alguns dias, alguns populares prepararam um assalto à esquadra policial”, denunciou Lucas Ngonda, numa plateia de dezenas de militantes.
Para o sociólogo, "em Cafunfo não houve manifestação”, mas um ajuste de contas para a recuperação dos diamantes que a Polícia tinha apreendido.

Considerou o procedimento dos populares é inaceitável, porque a autoridade do Estado deve ser exercida por quem a tem. "A Polícia está aí para nos representar. Não se vai às 4 horas da manhã para recuperar diamantes. Não se vai levantar problemas de protectorado por causa dos diamantes que a Polícia levou”, argumentou.
Ngonda apelou às autoridades no sentido de instalarem, nas Lundas, uma fábrica de lapidação de diamantes, com vista a criar mais emprego aos nativos e contribuir para o desenvolvimento da região.

Evocando os pais do panafricanismo, Lucas Ngonda aconselhou a liderança do autodenominado Movimento Protetorado Lunda Tchokwe e de todos que os que o apoiam a respeitarem as actuais fronteiras, cujo projecto foi defendido pela Organização de Unidade Africana, predecessora da União Africana.


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