Desporto

Campeão cria conforto para gerir o Girabola

Honorato Silva

Jornalista

A vitória (1-0), domingo frente ao Petro de Luanda, no clássico dos clássicos, deixa o 1º de Agosto com possibilidades de abrir uma vantagem folgada em relação ao arquirival, na corrida ao título do Girabola, caso faça bom aproveitamento dos sete jogos em atraso, que começa a disputar amanhã, no Estádio 11 de Novembro, na recepção ao FC Bravos do Maquis.

09/02/2021  Última atualização 07H50
Avançado agostino Mabululu (à direita) marcou o golo no triunfo sobre o Petro de Luanda © Fotografia por: Paulo Mulaza | Edições Novembro
De menos cotados, por terem ficado 30 dias sem competir, dada a quarentena institucional a que foram submetidos, a seguir ao desafio com o Kaizer Chiefs da África do Sul, país assolado pela nova estirpe da Covid-19, os militares do Rio Seco saíram do desafio de cartaz da nona jornada da principal competição do futebol angolano com uma almofada de conforto a explorar nas contas do "penta”, feito exclusivo dos petrolíferos. 

A surpreendente resposta competitiva dos pupilos do português Paulo Duarte, substituído no comando pelo burquinabe Narcisse Yameogo, por estar retido em Portugal, devido ao encerramento das ligações aéreas, condicionou a estratégia do espanhol Antonio Cosano e,  consequentemente, anulou o "rolo compressor” muito elogiado na prova. 

Em caso de pleno, no cumprimento dos jogos por disputar, 21 pontos, os tetra-campeões chegam aos oito de vantagem, na liderança do campeonato. A maratona que começa diante dos maquisardes, em casa, no acerto da oitava jornada, inscreve ainda as partidas com o Cuando Cubango FC (fora), segunda ronda, Wiliete de Benguela (casa), terceira, Desportivo da Huíla (fora), quarta, Recreativo da Caála (casa), quinta, e Sagrada Esperança (fora), sétima.

É difícil assegurar que a equipa vai somar por vitória todos os desafios. Mas mesmo com perda de pontos (derrota ou empate) tem margem para assumir a liderança isolada. A menos que atinja apenas 13 pontos, situação propícia para uma igualdade entre os rivais, ou uma safra inferior, cenário favorável à continuidade do Petro no topo.  
Até à conclusão do "play-off” de apuramento para a fase de grupos da Taça da Confederação, frente ao Namungo FC da Tanzânia, com a primeira "mão” marcada para domingo, no Estádio Nacional 11 de Novembro, e segunda dia 21, em Dar es Salaam, os rubro e negros privilegiam a realização das partidas que não impliquem a saída de Luanda. 

A deslocação à cidade do Dundo, ao encontro do Sagrada Esperança, afigura-se como o compromisso mais exigente do 1º de Agosto. Os diamantíferos orientados por Roque Sapiri redobram a entrega diante dos colossos, daí os militares fazerem contas com dificuldades acrescidas, como tem sido habitual, sobretudo no terreno dos lundas.
Experiência acumulada

O estatuto de campeão foi um dos trunfos dos rubro e negros ante à tarefa de contrariar o maior andamento competitivo do adversário, pois na equipa lançada de início por Yameogo, apenas Herenilson, oriundo do Catetão, e o hondurenho Moya procuram a primeira consagração. Toni Cabaça, Isaac, Bobó, Bonifácio, Paizo, Macaia, Mário, Mongo e Mabululu estiveram no domínio alicerçado pelo bósnio Dragan Jovic e consolidado na transição temporária para a liderança do sérvio Dragan Jovic.

Enquanto no banco a formação do ex-RI-20 ainda tinha o consagrado Buá, como suplente de luxo, nos tricolores o guarda-redes Dominique era o único com estatuto de campeão, feito alcançado ao serviço do adversário. Diógenes, Matuwila, Musah, Tó Carneiro, Manguxi, Além, Isaac Mensah, Picas, Yano e Thiago Azulão perseguem a estreia no palmarés dos vencedores do Girabola, à semelhança de Tony, Megue e Dos Santos, lançados por Cosano para mudar o rumo do jogo. 

A experiência no plantel petrolífero aumenta com a disponibilidade do defesa Eddie Afonso, campeão pelo Recreativo do Libolo, e do "capitão” Job, ausente do clássico por ter sido expulso na ronda anterior, frente ao Progresso Sambizanga. O extremo desequilibrador é sobrevivente do grupo que colocou em 2009 o último troféu na galeria do Petro de Luanda.  

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