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Campos de refugiados eritreus estão destruídos

Os campos de refugiados eritreus de Shimelba e Hitsats na região de Tigray, na Etiópia, “estão totalmente destruídos”, disse, ontem, fonte do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), após uma visita aos campos, pela primeira vez.

28/03/2021  Última atualização 13H53
Campos de refugiados eritreus © Fotografia por: DR
Segundo a Reuters, as equipas do ACNUR "encontraram ambos os campos totalmente destruídos e todas as instalações humanitárias saqueadas e vandalizadas”, disse o porta-voz do ACNUR, Boris Cheshirkov, numa conferência de imprensa em Genebra, confirmando o que imagens de satélite recolhidas em Fevereiro já permitiam perceber. O ACNUR também manifestou preocupação com os cerca de 20 mil refugiados eritreus que viviam nos dois campos e que, entretanto, desapareceram.

Um número indeterminado dessas pessoas está espalhado pela cidade de Shiraro, segundo o ACNUR, que referiu que uma missão da Agência etíope para os Refugiados (ARRA) irá avaliar números, necessidades e vontade dos refugiados se deslocarem.
O ACNUR recordou que mais de 7 mil dos refugiados que inicialmente se encontravam nos campos destruídos se mudaram para dois outros campos de refugiados eritreus em Tigray, Mai Aini e Adi Harush.

Cerca de mil outros refugiados fugiram para outros locais na Etiópia. A ajuda humanitária conseguiu chegar aos refugiados nos campos Mai Aini e Adi Harush, que estão sobrelotados, disse a agência da ONU.
O ACNUR está à procura de novos locais para alojar os refugiados, o que é tanto mais urgente quanto se aproxima a estação das chuvas. Além dos refugiados eritreus, há cerca de 95 mil etíopes deslocados no distrito de Shiraro. A grande maioria destas pessoas vive em comunidades locais.

O Tigray é palco de combates desde o início de Novembro de 2020, data em que o Primeiro-Ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o Exército para desalojar a Frente Popular de Libertação do Tigray (TPLF), o partido eleito que então governava o Estado no Norte da Etiópia, e que vinha há vários meses a desafiar a autoridade de Addis Abeba. Abiy justificou a operação militar como resposta a um ataque prévio das forças estaduais do Tigray a uma base do Exército federal.

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