Sociedade

Cancro mata 683 pessoas em 2020

Alexa Sonhi

Jornalista

Ao todo, 683 pessoas morreram de cancro, em 2020, no Hospital de Oncologia, em Luanda, o equivalente a duas mortes por dia, informou, ontem, ao Jornal de Angola, a directora clínica da instituição, Sales Cândido, tendo apontado como causas a chegada tardia dos pacientes, bem como a interrupção de muitos ciclos do tratamento.

13/02/2021  Última atualização 17H55
© Fotografia por: DR
Segundo a directora clínica, o Instituto Angolano de Controlo do Cancro adoptou uma estratégia de efectuar rastreio da doença em locais de grande aglomerado populacional, o que permitiu diagnosticar 958 casos novos, dos  quais 232 de cancro da mama, 26 da próstata e 159  do colo uterino.
Em relação ao cancro da mama, houve um decréscimo no número de casos, porque em anos anteriores eram registados geralmente mais de 300 casos. Sales Cândido justificou o abrandamento às fortes restrições impostas pela Covid-19, que colocou sob cerca sanitária a província de Luanda, impedindo a vinda de muitos pacientes do interior.No ano passado, a instituição realizou 557 cirurgias, o equivalente a  cinco ou seis cirurgias por dia, dependendo do tipo, porque há intervenções que demoram entre quatro e oitos horas, como, por exemplo, a histeractomia (procedimento cirúrgico para a retirada do útero).
Uma  intervenção cirúrgica para retirar um nódulo na mama dura menos tempo em relação às demais e que leva a efectuar por dia entre cinco e seis operações, esclareceu a médica, tendo sublinhado que o hospital controla aproximadamente  oito mil pacientes, entre os activos e os que apenas fazem revisão, por terem já vencido o cancro.Sales Cândido disse que o tratamento do cancro dura cinco anos, e depois disso, caso tenha sucesso, o paciente é apenas acompanhado em consultas regulares, "porque  uma das características do tumor maligno é regressar no órgão anteriormente afectado ou num noutro órgão". 

Actualmente  com  12 médicos especialistas em oncologia clínica, cinco cirurgiões, dois radioncologistas, um imagiologista e um anestesista, o Instituto Angolano de Controlo do Cancro precisa no quadro técnico mais imagiologistas e anestesistas, tendo em conta o número de cirurgias efectuadas diariamente.Segundo a especialista em oncologia clínica, o tratamento do cancro é multidisciplinar e pode intervir neurologistas, neurocirurgiões,  nutricionistas, fisioterapeutas, pneumologistas, pediatras, urologistas, ne-frologistas e outras especialistas dependendo do órgão afectado.  

O surgimento do cancro é  frequente, a partir dos 50 anos em diante, devido ao envelhecimento das células que causam uma fraca imunidade do organismo. Mas, devido à questão da hereditariedade, factores ambientais e má formação congénita , já é comum no nosso meio diagnosticar a doença em pessoas muito mais jovens, incluindo crianças.     

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