Sociedade

Candidatos a auxiliares apelam à transparência

A inscrição para o acesso ao concurso público de auxiliares de limpeza de segunda classe no sector da Educação, que reserva ao Namibe 270 vagas, está a atarefar os jovens de ambos os sexos, na preparação da documentação exigida.

18/01/2021  Última atualização 10H20
A juventude de Moçâmedes movimenta-se para lograr a inscrição que a habilita ao teste © Fotografia por: Rafael Tati | Edições Novembro
Os aspirantes saúdam a iniciativa do Governo Central, em dar oportunidade à classe mais baixa do sector da Educação, que há muito tempo clama por este momento, e apelam às autoridades no sentido de exigir transparência na selecção dos candidatos, evitando, assim, reclamações e dúvidas, como ocorreram em concursos anteriores.

Maria Madalena, concorrente de Moçâmedes, diz ser uma oportunidade para alguns jovens e senhoras desempregadas obterem emprego fixo, contribuir para a higienização das escolas e aumentar a renda familiar.
"Apesar de serem apenas 110 vagas para o município de Moçâmedes e haver muitos candidatos, espero ser uma das seleccionadas. Apelo ao júri do concurso a analisar com rigor os requerimentos, documentos e conduzir as entrevistas de forma exemplar, para evitar reclamações”, defendeu.

Jambela Pedro, funcionária da categoria eventual de limpeza na escola do primeiro ciclo "Gabriel Kwanhama”, defende que o pessoal que já está no activo devia ter um tratamento especial, por estar à espera há muito tempo por uma oportunidade e devido à experiência que  possui na higienização de recintos escolares.
O chefe do Gabinete Provincial da Educação do Namibe, Valério Arcanjo,  tranquilizou os funcionários eventuais de limpeza das escolas e de protecção física. "Um dos critérios de avaliação do concurso é a experiência profissional”, disse.

Dada a necessidade de se assegurar uma uniformidade na realização do concurso público, Valério Arcanjo disse que deverá ser observado, como um dos requisitos principais, a 6ª classe. "O  concurso está aberto para a classe mais baixa do sector da Educação, que há muito clama por essa oportunidade. Por isso, apelamos aos licenciados, técnicos médios e básicos que não concorram. Deixem caminho livre para os nossos amigos, irmãs e mães , que possuam a 6ª classe”, acrescentou.

 A entrega da documentação decorre até 5 de Fevereiro no Complexo Escolar Álvaro Manuel da Boavida Neto, localizado na Urbanização 5 de Abril e nas demais direcções municipais da Educação. Das 270 vagas a que a província tem direito, 30 estão reservadas ao município da Bibala, 32 a Camucuio, 110 a Moçâmedes, 46 ao Tômbwa e 44 ao Virei.

Huíla

A directora do Gabinete Provincial da Educação, Ciência e Tecnologia da Huíla, Paula Joaquim,  informou, sem avançar números, que existem muitos auxiliares de limpeza nas mais de mil escolas primárias controladas pelas direcções municipais do sector.  Disse que os funcionários eventuais que, neste momento,  exercem o trabalho de auxiliar de limpeza "não podem ser priorizados no processo, porque isso pode colidir com os termos de referência do concurso público e violar a lei”.

 "O maior número de auxiliares de limpeza na condição de eventual está nas escolas do ensino primário. Se reunirem requisitos e forem admitidos na Função Pública ficarão mais motivados”, informou.
 A Huíla dispõe de 650 vagas distribuídas pelos 14 municípios. A directora reconheceu que esta cifra "não vai resolver em definitivo as dificuldades, mas pode ajudar a mitigar a carência”.

Enquanto isso,  as enchentes na administração municipal do Lubango são  desnecessárias, porque o atestado de residência está descartado como requisito para as inscrições ao concurso para auxiliares de limpeza. A directora  disse que é desnecessária também a autenticação do certificado pelo Cartório Notarial, bastando para o efeito uma cópia visada pelo director municipal.
Alertou que os candidatos com níveis de formação superior à exigida no concurso devem fazer tudo para apresentar o certificado da sexta  classe.
Sublinhou que os concorrentes que apresentarem documentos académicos de técnicos médios ou superiores à sexta 6ª classe serão rejeitados.

"Se os candidatos forem admitidos com o certificado da nona  ou do ensino médio depois irão exigir pagamento pelo nível académico. Por isso só será aceite o certificado da sexta classe para evitar conflitos mais tarde”, esclareceu, assegurando que todas as escolas estão prontas para emitir o documento de habilitações literárias actualizado. 

Manuel de Sousa | Moçâmedes Domingos Mucuta | Lubango

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