O género, disse, não é novo no país, porque existem muitos artistas de renome a experimentaram essa vertente, mas agora há o surgimento de novos talentos, alguns deles formados na área, dentro e fora do país, que não têm conseguido se impor no mercado.
O preconceito, lamentou, a semelhança do que acontece em muitos sectores, tem afastado muitos potenciais talentos. "Actualmente, o número de actuações é quase ínfimo, a tal ponto de ainda não ser possível viver dessa música no país”, criticou a cantora.

O mundo da música, contou, tem regras próprias, que se aplicam também à lírica, por isso é importante haver uma mudança de mentalidade. "É uma área musical que implica bastante investimento financeiro, cultural e sustentável, porque desde a própria génese a música lírica sempre foi considerada das elites, pelo facto de ser, quase sempre, apresentada em locais reservados”, argumentou.
Em todo o mundo, acrescentou, o fã de música lírica é uma pessoa "com ouvido exigente”. Cantores líricos, como os italianos Luciano Pavarotti e Andrea Bocelli, conquistaram muitos fãs improváveis em Angola, por isso, defende, é preciso haver maior abertura e uma aposta forte nos novos talentos.

Agora que concilia a docência, no Centro de Formação Profissional Musical e de Artes Cénicas de Caxito, com o canto, Melvi tem percebido que existem muitos novos talentos no mercado nacional, "que com muito treino se encaixariam muito bem no género lírico”.
O desafio, disse a autora do célebre tema "Doce de coco”, é continuar a incentivar os jovens talentos e os ensinar mais sobre a arte do canto, de forma que um dia estejam capacitados e possam trazer muitas inovações aos mais diversos géneros musicais, nacionais e internacionais.