Manuel Fernandes, que efectua, desde quarta-feira, uma visita de trabalho de quatro dias à província do Zaire, defendeu "a alocação urgente de verbas para a concretização das recomendações da UNESCO deixadas aquando da classificação da capital do antigo Reino do Kongo à Património Mundial da Humanidade, sob pena da cidade perder o título que ostenta desde Julho 2017”.

 De acordo com a UNESCO, a transferência do aeroporto da cidade de Mbanza Kongo para a comuna do Nkiende, a cerca de 25 quilómetros da cidade, as antenas da Rádio Nacional de Angola (RNA) e da Angola Telecom (as duas últimas recomendações já foram cumpridas) constam entre as tarefas a realizar para manutenção do título.

 Manuel Fernandes, que se deslocou pela primeira vez a Mbanza Kongo, após a sua nomeação como presidente da CASA-CE, há pouco mais de um mês, considerou "um risco muito grande o não cumprimento das recomendações da UNESCO”.
 Apesar do actual contexto económico que o país atravessa, o também deputado considera que o Executivo angolano deve olhar para as principais prioridades do país.

"A província do Zaire devia ser uma das prioridades do Executivo. O facto de ser a última letra do alfabeto quanto à divisão administrativa, não significa que deve ser penalizada do ponto de vista orçamental, inviabilizando o seu processo de desenvolvimento sócio-económico”, defendeu.
 Manuel Fernandes considerou a província do Zaire "terras do fim do mundo da região norte de Angola”, cujo postal, a cidade de Mbanza Kongo, "é caracterizado por lama no tempo chuvoso e de poeira no tempo seco, uma realidade que deve ser ultrapassada”.

O líder da CASA-CE desloca-se, hoje, ao município do Soyo, onde preside ao acto central do 9º aniversário da coligação, que se assinala amanhã. Durante a estada em Mbanza Kongo, Manuel Fernandes foi  recebido pelo governador do Zaire, Pedro Makita Júlia, pelo dispo da Diocese católica local, D. Vicente Kiaziku, e encontrou-se com autoridades tradicionais. O político homenageou o nacionalista Holden Roberto, com  a deposição de uma coroa de flores no túmulo, no Cemitério dos Reis.