Política

CASA-CE discute relação com Bloco Democrático

Bernardino Manje

Jornalista

As direcções da CASA-CE e do Bloco Democrático (BD) reúnem-se na próxima segunda-feira, para o partido liderado pelo deputado Justino Pinto de Andrade esclarecer as motivações dos contactos com a UNITA e o político Abel Chivukuvuku, à revelia da coligação.

18/03/2021  Última atualização 12H29
Coordenadora para a Comunicação Social da CASA-CE © Fotografia por: Agostinho Narciso |Edições Novembro
A informação foi adiantada, ontem, ao Jornal de Angola, pela coordenadora para a Comunicação Social e Marketing da CASA-CE, Cesinanda Xavier, quando questionada se o congelamento das funções do BD na coligação não estaria a promover a divisão daquela organização política.

A porta-voz da CASA-CE admitiu que o Colégio Presidencial (órgão de cúpula da coligação) não se sente seguro com a atitude do BD, por isso decidiu suspender o partido do exercício do cargo de vice-presidente para as Questões Eleitorais e Autárquicas.

A reunião de segunda-feira, disse, vai servir para o BD fazer os devidos esclarecimentos e sair da indefinição em que se encontra. Tendo em conta o que afirmou, na semana passada, o presidente da CASA-CE, a reunião pode ser decisiva sobre o futuro do BD na coligação. "O Bloco Democrático apenas está suspenso das funções, até que seja clarificada a sua posição. Caso queira continuar na CASA-CE, poderá retomar as funções”, disse, na semana passada, Manuel Fernandes.

No dia 10, os presidentes da UNITA e do BD, Adalberto Costa Júnior e Justino Pinto de Andrade, respectivamente, assim como o coordenador-geral do projecto político PRA-JA Servir Angola, Abel Chivukuvuku, tiveram um encontro (o segundo do género), no âmbito do que designam por "frente patriótica para a alternância do poder em Angola”.
Dois dias depois, a direcção da CASA-CE suspendeu o BD das funções de vice-presidente da coligação para as Questões Eleitorais e Autárquicas, por violação das normas da coligação.


"Mantém-se a coesão”

Apesar da suspensão do BD das suas funções na CASA-CE, a coligação continua coesa, garantiu Cesinanda Xavier, esclarecendo que o que se decidiu foi apenas o "congelamento” das funções então exercidas por Justino Pinto de Andrade, por serem estratégicas.
"Na prática não mudou nada, porque ele (Justino Pinto de Andrade) continua a ser membro do Colégio Presidencial (órgão de cúpula) e vice-presidente da CASA-CE”, sublinhou.

O Bloco Democrático coligou-se à CASA-CE nas vésperas das eleições de 2017 e o acordo tem vigência até ao fim da actual legislatura. Os outros integrantes da coligação são o PALMA, liderado por Manuel Fernandes, PADDA-AP (Alexandre André), PNSA (Sikonda Lulendo Alexandre), PPA (Fele António) e o PDP-ANA (Simão Makazu).


Líder do PADDA-AP
Ainda relativamente à coesão na CASA-CE, Cesinanda Xavier desmentiu informações postas a circular em algumas plataformas digitais segundo as quais o vice-presidente e líder do grupo parlamentar, Alexandre Sebastião André, estaria de saída da coligação, por desentendimentos com o presidente, Manuel Fernandes.

Alexandre André é o líder do PADDA-AP, partido que, a par do BD, não subscreveu o pedido de demissão do anterior presidente da CASA-CE, André Mendes de Carvalho "Miau”, por alegada incompetência.
"São falsas e desprovidas de qualquer fundamento as informações segundo as quais há, no seio da coligação, um ambiente de instabilidade na relação entre os seus membros e dirigentes”, afirmou, em nota, a porta-voz da CASA-CE.

Segundo Cesinanda Xavier, desde a tomada de posse do novo líder, Manuel Fernandes, "a CASA-CE vive um momento ímpar da sua história, caracterizado por uma articulada e salutar coabitação entre os seus dirigentes, que têm como ponto de convergência a unidade na diversidade, a coesão interna e o amplo propósito de salvar Angola para realizar os angolanos”.

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