Política

Cerca de dois mil cubanos colaboram em Angola

Cerca de dois mil colaboradores cubanos estão em Angola a exercer funções em, diversas áreas de interesse económico e social, com ênfase para a Educação e da Saúde, mormente na luta contra a Covid-19, revelou a embaixadora de Cuba acreditada em Luanda.

08/05/2021  Última atualização 07H30
Vários médicos cubanos chegaram ao país no ano passado © Fotografia por: Contreiras Pipas | Edições Novembro
Em entrevista à Angop, publicada ontem, Esther Armenteros Cárdenas considerou excelentes as relações entre Angola e Cuba. "Como dois povos irmãos, unidos por laços de sangue e pela história, as relações dos nossos dois países podem ser descritas como excelentes e continuam a fortalecer-se a cada dia”, disse.

Como exemplo do nível de excelência das relações bilaterais, apontou a visita do Presidente João Lourenço a Cuba, em Julho de 2019, durante a qual foram assinados acordos em diferentes sectores. Ainda assim, a diplomata considerou que há espaço para continuar a desenvolver as relações económicas e comerciais, em benefício das duas nações.

A passagem à reforma de Raúl Castro, que acaba de deixar a chefia do Partido Comunista Cubano, foi o principal assunto da entrevista. Esther Armenteros afirmou que faz parte de um processo normal de transferência da liderança do partido.
Considerou que a defesa dos princípios da Revolução e do Socialismo está garantida pela geração na qual se insere o substituto de Raúl Castro, Miguel Diaz-Canel Bermudez, e demais quadros. Disse ser este "um momento importante e histórico” para o seu país e concidadãos, "pois marca a transferência da liderança do partido da geração histórica para as novas gerações nascidas e formadas pela Revolução”.

A embaixadora cubana negou que essa transição possa significar uma ruptura com o passado. "Pelo contrário, devemos falar de unidade e continuidade. Hoje, a nossa Revolução Socialista continua mais viva, activa e firme, apesar das tentativas dos nossos inimigos de esmagá-la”, sublinhou.

Armenteros confirmou os malefícios que o bloqueio económico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos da América ao seu país provocam na sociedade cubana. Explicou que "mais de 240 medidas coercitivas unilaterais foram aplicadas pelos Estados Unidos contra Cuba, o que reforçou cruelmente o bloqueio económico, comercial e financeiro, mesmo de forma oportunista durante a pandemia”. Acrescentou que "todas essas medidas ainda estão em vigor hoje e ameaçam a sobrevivência do nosso povo". Por isso, sublinhou, "não é uma falácia. O bloqueio existe, é real”.

Ainda assim, Esther Armenteros sublinhou que a aspiração do seu país é poder "viver em paz e relacionarmo-nos com o nosso vizinho do norte, como fazemos com a comunidade internacional, com base na igualdade e no respeito mútuo, sem ingerências de qualquer tipo". "Essa é a posição do Partido e do Estado e é a vontade do nosso povo”, afirmou.
A representante do Estado cubano em Angola enalteceu a visão de Fidel Castro que, ao promover o desenvolvimento da biotecnologia, criou as condições para que Cuba seja hoje capaz de apresentar cinco propostas de vacina contra a Covid-19 e produzir diversos medicamentos. "Desta forma Cuba emerge salvando-se e contribuindo para salvar outros da pior pandemia do século”, disse.

A diplomata, acreditada em Angola desde Fevereiro de 2018, notou que Cuba, "um pequeno país sem recursos, sitiado e cruelmente bloqueado, conseguiu indicadores que mostram um melhor desempenho do que muitos países do mundo e da região” em que está inserido.

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