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Chade aceita enviar mais 1.200 militares

O Chade decidiu enviar 1.200 soldados para combater os jihadistas numa zona de fronteira do Sahel, anunciou, ontem, o seu Presidente enquanto a França procura reduzir a sua presença militar de longa data na vasta e volátil região.

18/02/2021  Última atualização 16H00
O Chade decidiu enviar 1.200 soldados para combater os jihadistas numa zona de fronteira do Sahel, anunciou, ontem, o seu Presidente enquanto a França procura reduzir a sua presença militar de longa data na vasta e volátil região. © Fotografia por: DR
Segundo a AFP, o Burkina Faso, Chade, Mali, Mauritânia, Níger e França analisaram, numa reunião por vídeo-conferência, o futuro da sua luta contra as insurgências que assolam o Sahel, que, de acordo com a ONU, mataram milhares de pessoas e causaram dois milhões de deslocados e refugiados.
As tropas serão enviadas para a zona das "três fronteiras” entre o Níger, Mali e Burkina Faso, disse o Presidente do Chade, Idriss Deby Itno, na rede social  Twitter, à margem da referida cúpula regional.O Chade, que supostamente possui as melhores forças armadas entre as nações do "G5” do Sahel, prometeu um ano atrás enviar um batalhão para a área. Durante esta cimeira, Deby disse que é hora da comunidade internacional "urgentemente” aumentar os fundos para o desenvolvimento e a redução da pobreza para ajudar a cortar as fontes de recrutamento dos jihadistas.

A reunião, ocorre um ano depois que a França impulsionou a sua implantação no Sahel, numa tentativa para controlar a batalha brutal e de longa duração contra os terroristas.Enquanto decorria a reunião, fontes do Mali disseram que dois soldados foram mortos por uma bomba no Centro do país, elevando para 29 o número de soldados perdidos no país. Os combatentes islâmicos surgiram no Sahel maliano em 2012, durante uma rebelião de separatistas da etnia Touareg que mais tarde foi superada pelos jihadistas.

Nessa altura, a França interveio para derrotar os in-surgentes, mas os jihadistas espalharam-se, levando a sua campanha étnica  para o Centro do Mali e depois para o Burkina Faso e Níger.No ano passado, a França aumentou a missão Barkhane no Sahel de 4.500 soldados para 5.100 - um movimento que precipitou uma série de aparentes sucessos militares. Em 2017, os cinco países iniciaram uma força combi-nada conjunta de cinco mil homens, mas que continua prejudicada pela falta de fundos, equipamento precário e treino inadequado.

Embora reconheça os pontos fracos da aliança, o Presidente do Chade, na cimeira, "exortou todos os Estados membros a continuarem a tornar a força conjunta do G5 no Sahel auto-suficiente, dando-lhe os seus próprios recursos financeiros e logísticos”. Paris também espera que os sucessos do ano passado possam fortalecer a reforma política nos Estados do Sahel, onde a fraca governação alimentou a frustração e a instabilidade.
Paris mantém operação contra os "jihadistas”

O Presidente francês, Emmanuel Macron, excluiu, para já, a redução do efectivo militar gaulês na operação de luta contra o 'jihadismo' no Sahel. Numa conferência de im-prensa em Paris, após uma intervenção na Cimeira do G5 sobre o Sahel, que decorreu virtualmente a partir de Djamena, Macron admitiu, porém, a possibilidade de, no futuro, proceder a uma redução progressiva da presença militar francesa na região, onde também se encontra um contingente militar de Portugal.

"A seu tempo, haverá evoluções significativas, sem dúvida nenhuma, no nosso dispositivo militar no Sahel, mas não acontecerão para já”, disse Macron aos jornalistas."Seria um paradoxo enfraquecer o nosso sistema militar numa altura em que temos um alinhamento político e militar favorável à concretização dos nossos objectivos”, argumentou.Há algumas semanas, Paris considerou iniciar uma retirada em Janeiro, ao relembrar os 600 soldados enviados para reforçar o contingente militar no Sahel, há um ano.

"Reduzir significativamente o número de soldados, padrão que estudei, seria um erro”, acrescentou Macron, admitindo que, a longo prazo, depois do Verão, gostaria de trabalhar com os parceiros da operação sobre a presença francesa no Sahel, que já se prolonga ininterruptamente há oito anos.Para reduzir a presença, acrescentou, Paris conta em particular com aquilo a que chama a "sahelização”, a passagem do comando aos exércitos nacionais locais, bem como a "internacionalização” do esforço de formar forças regionais e acompanhá-las em combate.

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