Política

Chamadas internacionais podem ficar mais baratas

Matadi Makola

O ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social visitou, ontem, em Luanda, o Gateway Internacional para Angola (GIA), um portal considerado vital para o sector, com destaque para a melhoria e controlo das chamadas de voz internacionais efectuadas pelas operadoras Angola Telecom, MSTelcom, Movicel, Unitel e Africell, que até então recorriam a serviços privados.

25/03/2021  Última atualização 08H06
Ministro Manuel Homem falou das vantagens do portal GIA © Fotografia por: José Cola | Edições Novembro
Segundo Manuel Homem, para simplificar a terminologia do que realmente é este serviço, foi estabelecida uma conexão com o Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), entidade a quem compete controlar quem sai e quem entra no país. Para a realidade do sector, esse procedimento ainda não acontecia nas telecomunicações, deixando o Estado totalmente alheio no que toca a chamadas de voz internacionais.

"Este portal servirá exactamente para melhor controlo e qualidade deste sector, o que se traduzirá numa possível redução do preço das chamadas. A redução poderá vir como consequência desta harmonização, da maior facilidade que os operadores terão para gerir o custo do tráfego internacional e também da possibilidade de fazerem esse serviço em moeda nacional”, frisou.

Por outro lado, do ponto de vista da segurança contra fraudes, irá garantir um maior controlo daquilo que é a comunicação internacional das redes dos operadores para o exterior do país.
"A questão da fraude nas telecomunicações acontece, e têm resultado em grandes prejuízos para as operadoras. Esta infra-estrtura visa ajudar as operadoras nacionais a resolverem este problema. Também visa criar condições para que o Estado, do ponto de vista das receitas fiscais, consiga acompanhar a compensação do tráfego internacional das operadoras”, observou o ministro.

Manuel Homem defendeu  que esta entidade continue  a trabalhar com as operadoras para encontrar os melhores modelos e equilíbrios necessários para que todos possam estar interligados e garantir ao país melhorias na oferta de serviços de telecomunicações internacionais.
Em funcionamento desde finais de 2020, ao GIA já estão interligadas as operadoras fixas Angola Telecom e MS Telcom, enquanto as restantes operadoras ainda estão em fase de teste para uma entrada efectiva tão logo se estabeleçam os acordos com as restantes operadoras.

Com um investimento inicial de dez milhões de dólares, o Estado celebrou uma parceria de dez anos com a empresa internacional MGI, que se encarregará da parte tecnológica, angariação de clientes internacionais e formação contínua de quadros angolanos.
"A nossa missão é trazer financiamento para esse projecto, passar experiência e garantir uma boa gestão para que possa funcionar e trazer grandes benefícios, com estruturas e níveis de exigência do mercado internacional”, disse o suíço Martin Keller, representante da empresa MGI.

 
GIA fica com privados
Com o engenheiro Humberto Correia de Sousa à cabeça do Conselho de Administração,  neste momento o GIA funciona com dois centros localizados em Luanda, designadamente o Angonap Datacenter e o Rangel Datacenter. Nesse período de dez anos com a MGI, o Estado pretende ter em funcionamento quatro portais que ofereçam este serviço, três dos quais em Luanda e um numa província a ser definida. A materialização global deste projecto ficará orçado em 50 milhões de dólares. Ao longo destes dez anos, é objectivo do Estado assegurar a sua paulatina retirada, enquanto accionista, e permitir a entrada de parceiros locais até que se complete a liberalização do GIA. 

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