Economia

China quer entrar no cluster da mandioca

O embaixador da China anunciou ao ministro da Indústria e Comércio que empresas chinesas têm interesse em entrar na cadeia de valor da mandioca em Angola, participando na transformação e aproveitamento dos derivados do tubérculo de amplo consumo a nível do mundo.

24/04/2021  Última atualização 10H24
Ministro da Indústria e Comércio (segundo à esquerda) dirige-se ao embaixador da China (centro à direita) durante o encontro © Fotografia por: Vigas da Purificação| Edições Novembro
Gong Tao reuniu-se com Victor Fernandes, ontem, em Luanda, num encontro realizado para analisar a cooperação económica entre os dois países e onde foi anunciada a participação de Angola em duas feiras comerciais que se realizam, este ano, na China.

Segundo Gong Tao, o interesse chinês na cadeia da valor da mandioca transcende o puramente alimentar, incidindo, também, sobre os fins industriais, entre os quais se incluem os medicinais.

O diplomata chinês disse ser interesse das autoridades  chinesas persuadir  empresários para as oportunidades que se podem vislumbrar nos pólos industriais, pelo que procurou obter do Ministério da Indústria e Comércio uma visão geral das iniciativas em curso, de modo a dinamizar o investimento industrial.

Angola, declarou o embaixador para ilustrar as noções que a proposta encerra, tem um potencial que pode ser aproveitado para servir o mercado nacional, regional, mas também chinês e outros.
O ministro da Indústria e Comércio elogiou o projecto anunciado pelo embaixador chinês no sentido de conhecer melhor o "cluster” da mandioca e referiu o arranque de uma experiência piloto em Malanje, no município de Cacuso, para a exploração e transformação da mandioca.

Segundo  dados disponíveis na nossa redacção, Angola tem uma exploração anual de dez milhões de toneladas de mandioca,  colocando-se, assim, em terceiro lugar, atrás da Nigéria e dos Camarões.

 Indicadores do mercado global mostram que a indústria da mandioca movimenta mais de quatro mil milhões de dólares por ano, sendo que, em Angola, os factores produtivos podem ser aproveitados na produção de farinha da mandioca, derivados para a indústria cervejeira, saúde (xaropes), bem como a grande utilidade na indústria alimentar, entre outros interesses.

O embaixador revelou, ainda, ter convidado o Ministério da Indústria e Comércio a participar em duas importantes feiras que têm lugar na China, o que o titular do pelouro confirmou, anunciando a participação de Angola na Feira de Comércio e Investimento China-África, em Setembro, na cidade Wuhan, e na Feira de Importação, em Novembro, na cidade Shangai.

O ministro disse ter comunicado ao embaixador que Angola vai criar uma equipa envolvendo outros departamentos ministeriais e a Aipex, para levar à China, já nas duas feiras a que o país foi convidado, um sortido de produtos condizente com as metas preconizadas para os certames, que se realizam, principalmente, em formato virtual. Numa dessas feiras, Angola vai estar instalada num espaço reservado a países que têm uma relação longeva com a China, afirmou o ministro.

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