Sociedade

Cidadãos continuam cépticos em relação à existência da Covid-19

Victor Mayala | Soyo

Jornalista

Vários cidadãos residentes no município do Soyo, província do Zaire, continuam a duvidar da existência da pandemia da Covid-19, desrespeitando, por isso, as medidas de biossegurança estabelecidas pelas autoridades sanitárias, constatou, ontem, o Jornal de Angola.

22/01/2021  Última atualização 09H00
© Fotografia por: DR
Dados da Comissão Provincial de Prevenção e Combate à Covid-19 indicam que, até quarta-feira, o Zaire registava 655 casos, entre os quais 171 activos, 468 recuperados e 16 óbitos. Contudo, nem mesmo a estatística leva os cidadãos a mudar de atitude e a acreditar no perigo que o vírus representa.Uma ronda efectuada pelo Jornal de Angola, na cidade e em alguns bairros periféricos do município, foi possível verificar a circulação na via pública de um aglomerado de cidadãos, desde adultos, adolescentes e crianças, desprovidos de máscaras, além de incumprimento do distanciamento físico em locais de convívio e óbitos, comportamento que pode contribuir para alargar a cadeia de transmissão.

LM, munícipe que preferiu falar na condição de anonimato, afirmou, categoricamente, ter muitas dúvidas sobre a existência da doença. Sem pestanejar, disse que dispensa o uso da máscara e que até ao momento não tem conhecimento de alguém que tenha morrido ou sido infectado pelo vírus Sars-CoV-2."Acompanho a informação sobre a Covid-19 através dos órgãos da comunicação social, mas ainda assim não estou convencido, porque ainda não conheci alguém que morreu ou tem a doença”, disse.A responsável da Saúde Pública e Controlo de Endemias da Direcção Municipal da Saúde no Soyo, Rosária José, repudiou o comportamento dos munícipes, lembrando que a doença existe e é bastante letal.

"É lamentável estarmos ainda a ver muitas pessoas, um pouco por todo o lado, sem máscaras e sem cumprir o distanciamento físico exigido. Este é um comportamento de risco que contribui para a contínua propagação do vírus. As pessoas devem continuar a cumprir as medidas de biossegurança, porque diariamente estamos a receber nas nossas unidades hospitalares pacientes com sintomas de Covid-19”, aconselhou.

Rosária José avançou que, face ao problema, as autoridades sanitárias têm estado a realizar campanhas de sensibilização e a distribuir panfletos às comunidades, no sentido de consciencializar para o cumprimento rigoroso das medidas de prevenção.

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