De acordo com o director comercial da EASB, Filipe Mazebo, a empresa conta com 46.718 clientes nos municípios de Benguela (sede da província), Baía Farta, no litoral, e nos quatro municípios do interior, Caimbambo, Cubal, Ganda e Chongorói, na zona Sul da província.

"Os clientes da EASB devem perto de 4 mil milhões de kwanzas e está a decorrer um processo desde 2019 visando a regularização da conta corrente dos nossos clientes. Alguns clientes têm as últimas facturas pagas, mas as dos consumos anteriores continuam em dívida, então nós estamos a investigar a causa disso, numa acção pedagógica de conciliação com os nossos clientes”, explicou o director comercial.

Os clientes pedem maior organização da EASB, enquanto o responsável comercial sustenta que a empresa quer reorganizar o aparelho administrativo e regularizar o passivo dos clientes através de um processo de negociação, mas não tem encontrado  correspondência, porque "nem todos os clientes têm estado a colaborar”.

O responsável comercial da EASB receonhece que, em parte, esse problema surgiu num dado momento em que certos colaboradores desonestos não canalizavam para os cofres da Empresa o dinheiro da cobrança feita porta-a-porta.
"De facto, há clientes que efectuaram os  pagamentos durante muitos anos em que a empresa utilizou várias formas de cobrança, ou seja, já cobramos pelo sistema porta-a-porta, também já utilizamos recibos manuais. Reconhecemos que nem todos esses valores entravam nos cofres da empresa e foram descaminhados”, admitiu.

O director comercial da EASB anunciou que muitos dos trabalhadores desonestos, que descaminharam valores cobrados aos clientes, tiveram os competentes processos disciplinares e foram expulsos da empresa e outros têm processos judiciais em curso.
O responsável  sublinhou que a situação da dívida acumulada está a obrigar a EASB a solicitar facturas já remotas de 2016 a 2021, mas, ainda assim, assegurou que não há cortes de abastecimento de água aos clientes. "Se o cliente não apresenta comprovativos, nem faz uma exposição para explicar a sua situação de devedor, neste caso sim, a EASB corta o fornecimento de água”, disse a concluir Filipe Mazebo.

Caimbambo sem água

Mais de 240 consumidores da EASB na sede do município de Caimbambo estão, desde 29 de Abril,  privados do abastecimento de água devido a uma avaria no gerador que apoia o sistema de captação. De acordo com o director municipal de Energia e Águas, Joaquim Pestana, a solução técnica do problema depende da Empresa de Água e Saneamento de Benguela (EASB). Enquanto isso, a população recorre a moto-cisternas para minorar a crise de abastecimento de água.

Adão Faustino | Benguela