"Apesar de numerosas irregularidades, fraude maciça, violência, o Tribunal Constitucional, ao proclamar os resultados definitivos da primeira volta das eleições legislativas, confirmou que estas foram uma farsa”, disseram os líderes da Coligação da Oposição Democrática (COD-2020) numa declaração citada pela AFP. No documento, a coligação declarou retirar-se "totalmente do processo calamitoso”.

Na segunda-feira, o Tribunal Constitucional anulou, por irregularidades, os resultados da primeira volta em 13 dos 140 círculos eleitorais, mantendo-se a incerteza em 58 outros onde a votação não ocorreu devido à situação de insegurança.Em 27 de Dezembro, dia das eleições presidenciais e legislativas, dois em cada três eleitores recenseados não puderam votar por causa da insegurança fora da capital, Bangui.

A reeleição na primeira volta do Presidente, Faustin Archange Touadéra, com 53,16 por cento dos votos, foi validada em 18 de Janeiro pelo Tribunal Constitucional, que rejeitou recursos dos opositores que alegavam "fraude eleitoral generalizada”.

O Tribunal validou a taxa de participação eleitoral em 35,25 por  cento, muito abaixo dos 76,31 por cento anunciados provisoriamente pela comissão eleitoral em 4 de Janeiro. 

A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então Chefe de Estado, François Bozizé, por grupos armados reunidos na Séléka, o que suscitou a reacção de outras milícias, agrupadas numa coligação anti-Balaka. Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as casas.