Opinião

Combate à indolência

Luciano Rocha

Jornalista

A preguiça é dos muitos males que assentou arraiais em Luanda e não há meio de a desalojar, como sucede com tantas outras causas do estado lastimoso em que ela se encontra e nos envergonha.

15/03/2021  Última atualização 12H16
A preguiça, letargia, mangonha, indolência, dêem-lhe o nome que quiserem, deve, urgentemente, ser incluída no longuíssimo rol  de medidas de combate aos empecilhos que fazem de Luanda local feio, porco e mau.

A indolência reinante na capital do país e no resto da província que lhe herdou o nome começou a ser cultivada no tempo das "vacas sagradas”,  incólumes à lei, que faziam do saque ao erário, o "pão nosso (deles) de cada dia”.

 Apesar da caça que continua a ser feita à ladroagem de "colarinho branco”, o hábito de preguiçar mantém-se em muitos de nós, principalmente quando são pagos salários e mordomias de se lhes "tirar o chapéu”.

A verdade é que a inacção vulgarizada tem de acabar se queremos, realmente,  tentar ainda salvar Luanda. Os responsáveis por todas estas incongruências têm nome. E se forem desconhecidos, há sempre a alternativa de ir à assustadora folha de salários. 

Alguns exemplos apenas, com perguntas simples e respostas óbvias das consequências da inactividade militante de uns quantos: as casas construídas clandestinamente em locais inapropriados, como barrocas,  surgem, por culpa de quem? Dos preguiçosos. Que quantidades de lixo diário provêm daquelas habitações sem esgotos, nem ruas dignas desse nome, sequer espaços para terem contentores? Para onde vão os resíduos?

Naturalmente, para áreas dotadas de alguns dos poucos receptáculos públicos destinados a recebê-los. Como é que não hão-de extravasar?
As consequências destas situações na saúde pública e na economia são tremendas, incalculáveis, porventura comparáveis às rapinas dos marimbondos.  A preguiça de uns quantos, cada vez em maior número, tem de ser interrompida quanto antes, custe o que custar e a quem custar.

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