Economia

Credibilidade do país sai mais reforçada

Isaque Lourenço

Jornalista

A afirmação recente de que “Angola foi o único país que reestruturou a dívida privada sem queda do rating” significa que as agências de notação financeira com maior credibilidade mundial (Moody's, Standard and Poor's e a Fitch) têm estado a avaliar as economias e a aguardar os resultados das maiores empresas para as suas avaliações, afirma o economista Daniel Sapateiro.

25/03/2021  Última atualização 08H03
Daniel Sapateiro vê sinais positivos no prestígio externo © Fotografia por: DR
Para ele, este reconhecimento demonstra que o país teve a capacidade de negociar com credores as suas dívidas externas.
"Tendo em conta o excedente orçamental dos primeiros 3 meses do ano, com a venda do petróleo acima dos 39 dólares, preço de referência do barril de Brent no OGE 2021, há uma perspectiva positiva para a vida dos angolanos, com mais investimento em áreas cirúrgicas como são: as vias rodoviárias, saúde, educação, saneamento básico, investimento em projectos com impacto positivo no PIB e uma parte deste excedente ser alocado à redução da dívida pública”, disse.

Para Daniel Sapateiro, estas afirmações da secretária-executiva da Comissão Económica das Nações Unidas para África, Vera Songwe, são positivas, escutadas e lidas pelos mercados internacionais e por investidores do sector financeiro mundial, que trazem mais credibilidade, mais confiança, mais pujança às reformas que estão a ser implementadas pelo Executivo angolano.
Conforme recomenda, o caminho dos países, das empresas e famílias é a contratação de crédito sempre que o mesmo traga valor acrescentado e seja reembolsável.

"O crédito não é algo mau, se se pautar por racionalidade. Neste sentido,  Angola deve respeitar e corresponder aos compromissos com os credores. Temos de ir junto dos credores e negociar o stock da dívida, as taxas de juro, os prazos de pagamento, o pagamento da dívida com petróleo e outras cláusulas que sejam penalizantes e/ou inviáveis e, dessa forma, possam ser consideradas condições que agravem a situação do país nos mercados de dívida, face ao agravamento das condições creditícias em novos empréstimos”, disse.

O docente finaliza, esclarecendo que, entre os benefícios, o Governo na elaboração dos futuros OGE terá maior capacidade de execução da despesa em áreas sociais e de obras impactantes na vida dos cidadãos e mais liquidez, para investir.

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