Economia

Crescimento passa pela aposta na agricultura

O crescimento económico da província do Huambo, que em tempos idos foi considerado o segundo maior parque industrial do país, passa por mais investimentos e acentuada abertura nos sectores primários e secundários da economia, nomeadamente, a agricultura e indústria transformadora.

15/01/2021  Última atualização 12H25
© Fotografia por: DR
A visão foi defendida, em declarações ao Jornal de Angola, pelo economista António Braça, tendo argumentado de que a província do Huambo, rica em recursos naturais e minerais, possui uma vasta rede hidrográfica e um clima favorável para a agropecuária, cuja produção de citrinos, batata rena e doce, mandioca, feijão, milho, trigo, arroz, soja, hortícolas e fruta diversa, criação de gado bovino, caprino, suínos e aves, podem contribuir para o desenvolvimento económico.

 "Não adianta ter um sector primário robusto, com produção em grande escala, se não tivermos um sector secundário forte, que ajude na transformação dos produtos do sector primário, a fim de se obter produtos avançados e acabados”, asseverou, salientando que, sendo esses factores fundamentais para o desenvolvimento, é necessário o Estado conceder apoios financeiros para estes sectores.António Braça, que fez uma caracterização económica da província do Huambo, dividiu em três períodos, designadamente, pré e pós-independência e o período de paz.

No período pré-independência, assegurou, a província do Huambo possuía um parque industrial alto com um nível de produção acima da média, com destaque para a indústria alimentar, têxtil, calçados, bebidas, entre outras, sustentadas também pelo desenvolvimento agro-pecuário. Entre 1991 e 92, que classificou de "intermédio”, o parque industrial foi destruído devido ao conflito armado. As tentativas de reactivação do parque industrial, disse o economista, esbarram-se no facto de o país estar a ser abalado por uma série de crises económicas e financeiras sucessivas, o que tem retardado à implementação de inúmeros projectos na província do Huambo.

"Temos um parque industrial que, do ponto de vista do desenvolvimento económico, está aquém de ser o desejado. Como solução, proponho maior incentivo ao empresariado, pois só existirá desenvolvimento económico na província se tivermos um sector empresarial forte, cuja base é o financiamento”, sublinhou.As instituições financeiras têm concedido pouco apoio às empresas, por falta de garantias destas. Reforçou que se existir, de facto, um maior financiamento, os níveis de produção das empresas aumentam, proporcionando, como consequência, mais empregos. 

"Com a produção, essas empresas vão pagar os impostos ao Estado que terá o retorno do investimento, aumentando o consumo, que, também, resultará em imposto. As instituições financeiras terão o retorno dos empréstimos e ganhos com o pagamento de juros”.O não pagamento da dívida pública que, segundo o economista, ultrapassa os 120 por cento, tem sido um dos factores que tem retardado o desenvolvimento económico, pelo facto de um número considerável de empresas estarem paralisadas.  

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