Sociedade

Cuando Cubango sem relatos da praga de gafanhotos

Carlos Paulino | Menongue

Jornalista

A Comissão Multissectorial criada para combater a praga de gafanhotos na província do Cuando Cubango está, há mais de 14 dias, sem relatos da presença destes insectos, que afectam os municípios do Calai, Cuangar, Dirico, Mavinga e Rivungo, fruto do processo de pulverização que decorre desde finais do mês passado.

16/05/2021  Última atualização 08H00
Cuando Cubango à 14 dias, sem relatos da presença destes insectos. © Fotografia por: DR
O representante do Fundo das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) no Cuando Cubango, Januário José Cassanga, disse que, desde que começou esta praga na província, em Outubro do ano passado, três nuvens de gafanhotos, estimados em cinco milhões de insectos, foram neutralizados, a 30 de Abril, quando sobrevoavam os campos agrícolas das localidades de Mapandato e Bondo-Caíla, no município do Cuangar. 

Até agora, prosseguiu, a FAO disponibilizou 25 mil euros para a formação de 178 brigadistas, nos municípios afectados, para a sensibilização da população sobre o risco de invasão e controlo dos gafanhotos, num projecto que está a ser executado pela organização não governamental Missão de Beneficência Agro-pecuária do Kubango, Inclusão, Tecnologia e Ambiente (MBAKITA).  
Januário José Cassanga frisou que o desaparecimento dos insectos, apesar de ser uma informação bastante animadora, não desmobilizou as brigadas de combate à praga, nos municípios do Calai, Cuangar, Dirico, Mavinga e Rivungo, que continuam vigilantes.  
"Não podemos ainda cantar vitória, porque não sabemos se os insectos, nos lugares por onde passaram, deixaram algumas ninfas (ovos), já que um só gafanhoto pode deixar cerca de 100 embriões num campo agrícola, que amadurecem no prazo de quatro a seis semanas”, disse. 

Januário José Cassanga revelou que a província recebeu da representação central da FAO em Angola meios suficientes para combater a praga de gafanhotos, como insecticidas, pesticidas, pulverizadores, computadores portáteis para a monitorização de dados via internet, equipamentos de protecção individual, viaturas a todo o terreno, entre outros equipamentos.   
 
Informou que do dia 19 de Abril a 3 de Maio, efectuou-se uma operação denominada "Gafanhotos”, com três aeronaves, que permitiu o mapeamento de uma área vermelha de 4.104.935 hectares, dos 5.185.400 hectares que se calcula terem sido atingidos pelos insectos, nas localidades do Calai, Cuangar, Dirico, Mavinga e Rivungo.   
Desde o início da operação, referiu, foram gastos 6.363 litros de combustível do tipo Jet-A1, que permitiram a realização de 30 horas e 40 minutos de voos de reconhecimento, mapeamento e pulverização nas cinco localidades do Cuando Cubango afectadas pela praga. 

O director executivo da MBAKITA, Pascoal Baptistiny, disse que os 178 brigadistas estão a trabalhar na sensibilização das comunidades sobre a necessidade de se manterem em estado de alerta, para qualquer eventualidade.  
A proibição de consumo de gafanhotos mortos com insecticida, assim como o gado e aves que tenham comido esses insectos, segundo o responsável, é uma das recomendações que está a ser passada à comunidade pelas equipas que trabalham no terreno.   
Entre as dificuldades, Pascoal Baptistiny apontou o mau estado das estradas  nos municípios do Rivungo, Mavinga, Cuangar e Dirico.  

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