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Declarado “estado de sítio” em Ituri e Kivu do Norte

A República Democrática do Congo (RDC) declarou “estado de sítio” em Ituri e Kivu do Norte, no Leste, onde irá substituir o poder civil por militares por 30 dias para pôr fim à violência de grupos armados, anunciaram, ontem, as autoridades.

05/05/2021  Última atualização 09H15
Apesar da presença das forças da ONU os grupos têm mantido a violência armada há vários anos © Fotografia por: DR
"A paz duradoura é a condição sine qua non da nossa felicidade e do desenvolvimento do nosso país. Convido, portanto, todos os homens e mulheres congoleses a uma mobilização total para se juntarem às nossas Forças Armadas, destacadas para protegerem o nosso território”, afirmou o Presidente Felix Tshisekedi, na segunda-feira ao fim do dia, num discurso televisivo à nação.

O estado de sítio, que o Presidente declarou na sexta-feira, 30 de Abril, estará em vigor a partir de amanhã e vai vigorar por 30 dias, disseram as autoridades na segunda-feira, segundo os meios de comunicação locais.
A resolução presidencial, publicada na segunda-feira, refere que os governadores civis e as câmaras legislativas de Ituri e Kivu Norte serão suspensos durante este período e substituídos por governadores militares.

O estado de sítio foi declarado "tendo em conta a gravidade da situação nestas duas províncias e em conformidade com o artigo 85º da Constituição”, disse, na sexta-feira, o ministro da Informação e Media do país, Patrick Muyaya.

Um total de 122 grupos armados permanecem activos no Leste da RDC, espalhados pelas províncias do Kivu do Norte, Kivudo  Sul, Ituri e Tanganica, segundo um relatório publicado,  recentemente, pelo site de monitorização da ONU Kivu Security Tracker.

Estas milícias, nacionais e estrangeiras, incluem, por exemplo, o Exército Patriótico para um Congo Livre e Soberano (APCLS), as Forças Democráticas Aliadas Islamitas (ADF), a Cooperação para o Desenvolvimento do Congo (Codeco) e a Força Patriótica e Integracionista do Congo (FPIC).
Estes grupos têm mantido o conflito armado há vários anos na região oriental da RDC, apesar da presença do Exército congolês e das forças da Missão das Nações Unidas (Monusco), com mais de 15 mil soldados destacados no país.

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