Segundo o bastonário da OEA, Paulo Luvualo, que falava sexta-feira, em Ondjiva, Cunene, na abertura da jornada nacional de enfermagem, comemorativa ao 12 de Maio, Dia Internacional do Enfermeiro, muitas vezes "esses supostos profissionais" são protegidos pelas direcções das instituições para as quais trabalham, com a complacência da Inspecção Geral da Saúde. Outra preocupação apresentada pelo bastonário da Ordem dos Enfermeiros de Angola tem a ver com a formação massiva de profissionais de enfermagem, muitas vezes sem qualidade, sem respeitar as metas do plano nacional de desenvolvimento de recursos humanos 2012/2015 e sem garantia de emprego.  
Paulo Luvualo salientou que só em 2019 foram formados 1.877 enfermeiros e 15.217 técnicos médios de enfermagem, dos quais menos de cinco mil foram admitidos na função pública, no mesmo ano. Disse que a OEA tem inscritos, em todo o país, 33 enfermeiros especializa-dos, 4.453 enfermeiros, 456 bacharéis em enfermagem, 43.988 técnicos médios de enfermagem e 4.730 auxiliares de enfermagem. Desse universo, referiu, cerca de 38 mil estão na função pública.  Garantiu que a OEA promove cursos de actualização de curta duração para o aprimoramento dos conhecimentos dos profissionais em todo o país. A cidade de Ondjiva, Cunene, acolheu o último curso, sobre administração de medicamentos e anotações de enfermagem, preenchimento do partograma, supervisão em enfermagem e tratamento de feridas a laser, em que beneficiaram 71 elementos. A jornada de enfermagem decorre em todo o país de 3 a 31 deste mês, sob o lema "Enfermeiros: uma voz para liderar, uma visão para o futuro dos cuidados de saúde”. 
Jornadas científicas 
Os participantes às XII Jornadas Científicas de Enfermagem, promovidas pela Ordem dos Enfermeiros de Angola, que decorreram em Ondjiva, de 5 a 7 deste mês, concluíram existir profissionais que não observam princípios de humanização, assim como a assistência ao planeamento familiar estar distante do desejado. Concluíram, igualmente, haver falta de incentivos, de condições de trabalho e que as enchentes nas principais unidades sanitárias têm contribuído para o mau atendimento. 
Os participantes recomendaram a necessidade do alargamento do atendimento ambulatório aos pacientes, o desenvolvimento de programas de capacitação sobre deontologia profissional, direito à saúde, relações humanas e princípios de atendimento humanizado, bem como a melhoria da qualidade do material de produção da carteira profissional.