Cultura

Morre primeira actriz negra

A cantora e actriz Lena Horne, uma das principais vozes na luta contra o racismo nos Estados Unidos e a primeira actriz principal negra de Hollywood, morreu, no domingo, aos 92 anos, num hospital de Manhattan, anunciou, sem referir a causa, uma porta-voz do estabelecimento.

13/05/2010  Última atualização 13H34
Reuters © Fotografia por: Actriz Lena Horne durante um evento público numa cidade norte-americana

A cantora e actriz Lena Horne, uma das principais vozes na luta contra o racismo nos Estados Unidos e a primeira actriz principal negra de Hollywood, morreu, no domingo, aos 92 anos, num hospital de Manhattan, anunciou, sem referir a causa, uma porta-voz do estabelecimento.
A actriz entrou no mundo de Hollywood no final dos anos de 1930 e, embora nunca se tenha tornado uma grande estrela de cinema, é vista como a precursora, a que abriu o caminho para actrizes negras conseguirem papéis maiores em Hollywood.
Conhecida como a "Cinderela negra”, era uma pessoa tão complexa quanto bela, com olhos grandes, sorriso brilhante e pele morena clara.
 O biógrafo James Gavin disse que Hollywood a via como "uma negra suficientemente bela para ser aceite pelos americanos brancos”. Até então, as negras só faziam de empregadas ou de prostitutas, papel ela sempre rejeitou.
Muitas de suas participações em filmes nos anos 1940 e 1950 limitavam-se a canções que não tinham nada a ver com o enredo e que podiam facilmente ser excluídas das exibições dos filmes no sul do país, onde as plateias brancas podiam protestar contra a aparição de uma actriz negra.
O seu primeiro papel de alguma importância no cinema aconteceu em 1969, quando foi amante de Richard Widmark em "A Morte de um Pistoleiro”. Depois disso, ainda fez interpretou Glinda, a Bruxa Boa, em "O Mágico Inesquecível”, adaptação de "O Feiticeiro de Oz” feita com um elenco inteiramente negro.
A vida de Lena Horne foi cheia de contradições. Apesar de ser negra demais para chegar ao estrelato em Hollywood, quando menina era espezinhada devido à pele morena clara. Fez campanha pelos direitos civis nos anos 1950 e 1960.
Horne nasceu em Nova Iorque em 30 de Junho de 1917. O pai era um homem de apostas, que abandonou a família quando ela era bebé, e mãe era actriz.
Lena Horne começou a carreira, aos 16 anos, como dançarina no Cotton Club, famosa boîte do Harlem, onde artistas negros célebres da época actuavam para plateias brancas.
Nos anos de 1950, o apoio à causa dos direitos civis fez com que fosse incluída numa lista de celebridades com supostas tendências comunistas, o que prejudicou, ainda mais, sua carreira no cinema.

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