Em comunicado, a instituição bancária sediada em Abidjan, a capital económica da Costa do Marfim, anuncia o lançamento do “primeiro fundo multi-jurisdicional de títulos de dívida pública negociados em bolsa”, para o qual vai contribuir com um investimento inicial de 25 milhões de dólares.
O Fundo Nacional de Títulos de Dívida Africana (ADBF, sigla em inglês) estará listado na bolsa de valores das Ilhas Maurícias e vai começar a ser transaccionado no dia 18 do mês em curso.
O fundo vai acompanhar o desempenho do African Bond Index, e “será uma importante fonte de financiamento para os governos africanos, aumentará a liquidez dos mercados locais e criará valores de referência para os investidores”, lê-se na nota colocada no site do BAD.
O investimento do BAD surge no seguimento da criação, em 2008, da Iniciativa sobre os Mercados de Capitais Africanos, com o objectivo de promover o mercado de dívida nacional nos países do continente através do fortalecimento da infra-estrutura comercial e de investimento na emissão de dívida local. Os objectivos genéricos do BAD relativamente aos mercados de capitais são, conclui a nota, “o encorajamento da criação e adopção de índices de títulos africanos, o melhoramento da liquidez dos mercados de capitais africanos, a contribuição para a melhoria dos aspectos operacionais dos mercados, aumento do grupo de gestores de origem africana de fundos e o estabelecimento de produtos financeiros no continente”.

Apoio ao desenvolvimento
Criado em 1964, o Banco de Desenvolvimento Africano tem vindo a assumir-se como um importante instrumento de apoio ao desenvolvimento no continente, particularmente na região austral, onde entre 2010 e 2017 financiou projectos de impacto social que beneficiaram 18 milhões de pessoas, que passam a ter acesso à electricidade, e 57 milhões de agricultores que viram melhorada a sua capacidade de produção.
A actual carteira do BAD na África Austral é de 8,3 mil milhões de dólares (2.347 milhões de kwanzas) em 201 projectos, disse recentemente Josephine Ngure, directora geral adjunta do Banco para a região da África Austral.
Em Angola, existem  vários projectos financiados pelo BAD, no domínio da agricultura e não só. Recentemente, as autoridades solicitaram a intervenção daquela instituição financeira para a recapitalização do Banco de Poupança e Crédito (BPC), a braços com problemas de créditos malparados.