Economia

Crescimento global foi revisto em baixa

A OCDE reviu ontem em baixa as perspectivas de crescimento da economia mundial para 2018 e 2019, para 3,7 por cento nos dois anos, e advertiu que há sinais que indicam que o avanço do PIB global já atingiu o máximo.

21/09/2018  Última atualização 10H24
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No Relatório de Perspectivas Internas, que revê as previsões semestrais lançadas em Maio, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento económico (OCDE) sublinha que este crescimento de 3,7 por cento para 2018 e 2019 é inferior em uma e duas décimas, respectivamente, face às estimativas calculadas há menos de quatro meses.
Para o conjunto do G20, o grupo de grandes países desenvolvidos e emergentes, a OCDE prevê uma subida de 3,9 por cento em 2018 e de 3,8 em 2019, menos uma e três décimas, e na Zona Euro cortou duas décimas, para 2,00 e 1,9 por cento.
A queda mais destacada face ao estimado em Maio afecta a Argentina, já que a OCDE prevê que a economia recue 1,9 por cento este ano, contra um prognóstico de crescimento de 2,00 por cento do PIB argentino.
Outro dos cenários complicados que se está a desenhar para a OCDE é na Turquia, cuja economia crescerá 3,2  por cento este ano (menos 1,9 pontos) mas apenas 0,5 em 2019 (menos 4,5 pontos).
As previsões para os Estados Unidos mantiveram-se praticamente, em 2,9 por cento este ano e em 2,7 em 2019 (menos uma décima) e não mudaram para a China, com avanços de 6,7 e 6,4 por cento, respectivamente.
A OCDE sustenta que as crescentes taxas de juro nos Estados Unidos e a apreciação do dólar contribuíram para a depreciação das moedas em muitas economias emergentes, onde países como a Argentina ou a Turquia, com elevados défices e dí-vidas em moeda estrangeira, permaneceram particularmente expostos.
A incerteza em relação às políticas comerciais, com os Estados Unidos da América  e a China como principais protagonistas da aplicação de novas taxas aduaneiras, pode estar a contribuir, na opinião da OCDE, para uma desaceleração comercial mais aguda do que o previsto.
O aumento do volume do comércio global ficou-se pelos 3,00 por cento no primeiro semestre deste ano, menos dois pontos percentuais do que em 2017, e as tensões comerciais tiveram um efeito negativo na confiança e nos planos de investimento, pelo que novas restrições aduaneiras poderiam prejudicar o emprego e as condições de vida, afirma a OCDE.
A OCDE confia que o aumento do trabalho e a política monetária e fiscal continuem a sustentar o crescimento da procura interna a curto prazo.
A organização sublinhou que ainda que na maioria das economias avançadas e emergentes se registou crescimento económico, uma década depois da crise financeira as vulnerabilidades persistem.
As reformas adopta-das desde então ajudaram a fortalecer o sistema financeiro, mas o risco virou-se para instituições não bancárias, como os fundos de investimento, que estão menos regula-dos e das quais não se sabe que capacidade têm pa-ra absorver um grande impacto.