“Maria Joana da Piedade é uma mulher que não olha para trás quando o problema é prestar serviço de enfermagem aos moradores da Cabala, uma comuna do distrito urbano de Catete, município de Icolo e Bengo, muito distante da sua área de residência.
O Executivo vai avançar, em breve, com a construção de mais sete centralidades nas províncias do Bengo, Malanje, Cuanza-, Cuanza-Sul, Cunene, Zaire e Lunda-Sul que não beneficiaram inicialmente do programa, anunciou ontem, em Luanda, o director nacional da Habitação, Adriano Silva.
O programa deve ser retomado com a construção de 200 fogos habitacionais em 130 municípios, dos 163, e vai ser acompanhado com a edificação de aldeamentos auto-sustentáveis em alguns municípios, segundo Adriano Silva.
O director nacional da Habitação falava numa conferência de imprensa conjunta entre o Escritório da UN-Habitat em Angola, o Centro de Investigação Científica e Arquitectura da Universidade Lusíada, a Development Workshop (DW) e o Centro Cultural Brasil Angola, realizado por ocasião do projecto “Outubro Urbano”, que reflecte sobre temas em torno do desenvolvimento urbano.
Adriano Silva justificou a decisão de construção de mais centralidades com o facto de, nos últimos anos, não obstante o êxodo rural que se deu em Luanda e outras cidades do país, haver uma permanente busca pela satisfação das necessidades em termos de habitação social.
O responsável anunciou que o Executivo vai retomar igualmente o programa de construção de 200 fogos habitacionais em 130 municípios já identificados. O Executivo vai ainda promover a construção de infra-estruturas integradas e edificar aldeamentos auto-sustentáveis através de um projecto-piloto a ser iniciado, em breve, no município do Belize (Cabinda). “Para tornar tudo isso mais efectivo e compacto, o Executivo lançou mão a programas de requalificação urbana e mobilidade urbana”, indicou o responsável.
O objectivo, segundo Adriano Silva, é tornar a qualidade de vida dos cidadãos mais estável e tornar as cidades mais funcionais e sustentáveis. “Pretendemos reflectir sobre os novos paradigmas daquilo que é o desenvolvimento urbano sustentável. Daí, estarmos a realizar esta plataforma”, disse.
Para o responsável, todas estas acções levadas a cabo pelo Executivo conferem uma avaliação positiva quanto ao desenvolvimento urbano, na medida em que promovem a melhoria dos níveis de habitabilidade, mobilidade urbana e garantem cidades sustentáveis, resilientes e funcionais.
O “Outubro urbano” enquadra-se nas comemorações do Dia Mundial do Habitat, que na primeira segunda-feira de Outubro abre com o tema “Gestão Municipal de Resíduos Sólidos” e termina com a celebração do Dia Mundial das Cidades, a 31 de Outubro.
Segundo a chefe do Escritório da UN-Habitat em Angola, Ana Bragança, o “Outubro urbano” vem na sequência do fórum político de alto nível realizado em Nova Iorque, que assentou na revisão dos objectivos sustentáveis que têm a ver com a construção de cidades resilientes e sustentáveis. Paisagista de formação, Ana Bragança defende que as cidades, com o realce para as de Angola, devem ser construídas com base na equação da resiliência, para fazer face a eventuais situações de calamidade e alterações climáticas.
“Cidades de todos”
A directora adjunta do Centro de Investigação Científica e Arquitectura da Universidade Lusíada, Susana Matos, lembrou que a reflexão sobre o “Outubro urbano” pretende fazer com que as pessoas tenham sentido de pertença e ligação com as cidades, que devem ser vistas como “cidades de todos”.
Disse ser intenção do centro oferecer propostas ao Executivo sobre o que deve ser a cidade nos tempos modernos e como debelar situações inesperadas.
Para chamar atenção sobre a necessidade de pensar uma cidade, devem ser realizados, este mês, actividades entre as quais o Fórum de Arquitectura, promovido pela Universidade Lusíada de Angola, “Nova agenda urbana e objectivos do desenvolvimento sustentável”, “Cinema urbano”, no Centro Cultural Brasil e Angola, bem como “Design african symposium”, “Outubro urbano”, na rua dos Mercadores, e Gestão fundiária.
Na sequência, a agenda prevê uma exposição sobre “Arquitectura modernista em Angola”, numa parceria com o Instituto Goethe, a “Caminhada urbana - Rota Colonial - Campanha Reviver/CEICA”, sendo que o ponto alto é o Fórum Urbano Nacional, numa organização do Ministério do Ordenamento do Território e Habitação com o tema “Nova Agenda Urbana e a Reforma do Estado”. Está igualmente previsto, no Dia Mundial das Cidades, uma conferência sobre com o tema “Construindo cidades sustentáveis e resilientes”.
A ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação (MESCTI), Maria do Rosário Bragança, encontrou-se segunda-feira, em Genebra, com o ministro argelino da Economia do Conhecimento, das Startups e das Microempresas, Yacine El Mahdi Oualid, no âmbito das boas relações existentes entre Angola e a Argélia.
O ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República, Adão de Almeida, defendeu, segunda-feira, a necessidade contínua de se trabalhar para acabar com a exploração ilegal dos recursos minerais e assegurar uma “exploração legal” sustentável, respeitando sempre o meio ambiente.
O Conselho de Ministros aprovou, na sessão de segunda-feira, o Plano de Desenvolvimento do Capital Humano de Angola 2023-2037, cuja implementação vai resultar na expansão dos sectores da Educação, Formação Profissional e no aumento da qualidade e relevância da oferta educativa e formativa no país.
A Segunda Região da Administração Geral Tributária (AGT), formada pelas províncias do Cuanza-Norte, Malanje e Uíge, arrecadou em impostos, de Janeiro a Março, três mil milhões de kwanzas.
O presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), Dom Manuel Imbamba, apelou, segunda-feira, em Luanda, para a necessidade dos partidos políticos pautarem por um diálogo permanente, com vista a trabalharem em acções conjuntas para a edificação da paz no país e de uma verdadeira reconciliação entre os angolanos.
O músico Vui Vui e o artista plástico Horácio Dá Mesquita felicitaram a elevação dos géneros de dança e música kizomba, assim como a tchianda e os instrumentos musicais marimba e quissange a Património Imaterial Nacional, pelo Ministério da Cultura.