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Rússia ameaça colocar mísseis em países aliados

A Rússia pode colocar mísseis nos territórios dos seus países aliados, se os EUA instalarem armas semelhantes na Europa, avisou ontem um legislador russo.

23/11/2018  Última atualização 15H14
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Konstantin Kosachev, líder do Comité de Relações Internacionais da câmara alta do Parlamento russo, disse, em Moscovo, que a intenção dos EUA de se retirar do Tratado de Mísseis de Médio Alcance, assinado em 1987, pode provocar a multiplicação na Europa de mísseis proibidos por aquele acordo internacional.
O legislador alertou para a forte possibilidade dos russos colocarem sob mira, mísseis dos EUA estacionados na Europa e nos países aliados dos russos, vizinhos da Europa, embora sem especificar quais.
A Rússia tem fortes laços militares com a Bielorrússia, que faz fronteira com países membros da NATO - Polónia e Lituânia, e os dois aliados já realizaram manobras conjuntas, em momentos de maior tensão com o Ocidente.
“Estamos a trabalhar activamente com todos aqueles que se mostrarem prontos para aumentar a pressão sobre os EUA, para que estes preservem o tratado”, disse Kosachev. O Presidente dos EUA, Donald Trump, declarou em Outubro a intenção de se retirar do Tratado de Mísseis de Médio Alcance, alegando a violação do pacto por parte da Rússia.
O Presidente russo, Vladimir Putin, negou de imediato essa insinuação e disse que o tratado, bem como outras questões de controlo de armas estarão no topo da agenda da sua reunião com Trump, à margem da cimeira do G20, marcada para a Ar-gentina, na próxima sema-na. O líder russo presidiu a uma reunião sobre indústrias de armas, em Anapa, no sul da Rússia.
O Tratado de Mísseis de Médio Alcance, assinado em 1987 pelos líderes dos Estados Unidos e da União Soviética, Ronald Reagan e Mikahil Gorbachev, respectivamente, proibiu os dois países de possuírem, produzirem ou testarem foguetes nucleares e mísseis balísticos lançados do solo com um alcance de 500 a 5.500 quilómetros.