A sociedade angolana está a avaliar muito negativamente a declaração do ex-Presidente da República, José Eduardo dos Santos, que, na quarta-feira, tentou justificar a forma como deixou as finanças públicas, constatou a Angop, numa pesquisa feita nas redes sociais.
José Eduardo dos Santos negou, na quarta-feira, em Luanda, que tenha deixado "os cofres do Estado vazios", quando saiu do poder, em Setembro do ano passado.
Numa declaração à imprensa, sobre a forma como conduziu a coisa pública, durante os seus 38 anos de mandato (1979-2017), esclareceu que deixou mais de 15 mil milhões de dólares nas contas do Banco Nacional de Angola (BNA), como reservas internacionais líquidas (RIL).
Para alguns internautas, o primeiro erro grave do antigo Chefe de Estado angolano foi o de ter confundido reservas internacionais líquidas com os dinheiros dos cofres do Estado.
Um dos internautas interroga-se, a propósito, se não se está perante uma “manipulação das mentes menos esclarecidas”, uma vez que o cofre vazio é o gerido pelo Tesouro Nacional, cujos recursos provêm das arrecadações de taxas e impostos.
Quanto às reservas internacionais líquidas, o internauta explica que, ao contrário dos valores arrecadados através das taxas e impostos para fazer face ao OGE (Orçamento Geral do Estado), têm a função de estabilizar a balança de pagamentos (importações versus exportações).
As mesmas reservas, ainda segundo o mesmo cidadão, servem também para custear as importações, equilibrar as taxas de câmbio, o pagamento das obrigações com o exterior, dar garantias ao investidor es-trangeiro sobre a estabilida-de do sistema financeiro, entre outras funções, que José Eduardo dos Santos ignorou.
“Aconselhe-se bem e deixe de confundir as opiniões”, remata o internauta, que se confessa estar “desiludido” com José Eduardo dos Santos.
Esta mesma desilusão é expressa por um outro internauta, que escreve: “a trajectória de JES (acrónimo de José Eduardo dos Santos) tem uma dimensão histó-rica bipolar. Ele foi, sim, um bom líder para Angola numa determinada etapa, mas, depois, revelou-se o desastre dos últimos anos do seu mandato, que vieram ofuscar e manchar, irremediavelmente, o todo do seu percurso político.”
Esse mesmo cidadão acrescenta que “JES falhou no crítico momento de meter a cereja no cimo do bolo.” Acrescenta que “Angola tinha tudo para dar certo, mas as suas opções estratégicas, egoístas e anti-patrióticas, sobretudo a partir de 2003/4, foram desastrosas para o presente e o futuro deste povo.”
“É doloroso reconhecer, mas as consequências perante a História são incontornáveis!”, termina o cidadão na sua demolidora avaliação.
Um outro internauta diz que o pronunciamento de José Eduardo dos Santos tem como único objectivo “garantir a impunidade”, além de pretender “descredibilizar” o novo Executivo, o Presidente da República e do MPLA, João Lourenço.
Um encontro para troca de experiências entre Organizações Comunitárias de Base (OCBs), organizações e redes de Pessoas Vivendo com VIH (PVVIH) realiza-se em Luanda, nas Caritas de Angola, no Rocha Pinto, nos dias 25 e 26 do corrente mês.
O embaixador Extraordinário e Plenipotenciário de Angola no Senegal, República Islâmica da Mauritânia e da Gâmbia, Adão Pinto, entregou, esta quarta-feira, as Cartas Credenciais ao Presidente gambiano Adama Barrow.
O ministro de Estado português dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou, hoje, em Lisboa, que nada muda nas relações entre Portugal e Angola, apesar de haver um novo Governo no país europeu.