Política

Empresas portuguesas prenunciam novas atitudes face ao investimento

O Fórum Económico Portugal-Angola, realizado ontem, na cidade do Porto, tende a marcar um ponto de viragem na atitude dos investidores portugueses face a Angola, de acordo com declarações obtidas pelo Jornal de Angola no fim do encontro.

24/11/2018  Última atualização 14H43
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O Presidente João Lourenço e o Primeiro-Ministro português, António Costa, discursaram no encerramento do encontro e realçaram o clima de confiança gerado entre os participantes.
O empresário do sector da banca Mário Palhares considerou, em entrevista ao Jornal de Angola, que as empresas portuguesas já adoptaram decisões de investimento com as reformas legislativas aplicadas ao longo do último ano. Mas, acrescentou, o clima de confiança criado ao longo do fórum vai constituir um marco, uma “linha divisória” entre um passado de desaceleração e uma nova dinâmica de investimento. A administradora da Agência de Investimento e Promoção das Exportações (AIPEX), Sandra Dias dos Santos, considerou que o interesse do capital português no mercado angolano pode ser aferido pelo elevado número de empresas do país europeu que compareceu ao encontro.
A AIPEX, que organizou o evento com a sua congénere portuguesa, a AICEP, relatou a participação de 550 empresas portuguesas e 196 angolanas, números nunca antes registados num encontro do género, afirmou a administradora, no que considera ser uma prova da renovação do interesse pelos negócios em Angola.
Ao apresentar a oferta angolana aos investidores portugueses, o presidente do Conselho de Administração (PCA) da AIPEX, Licínio Vaz Contreiras, referiu as reformas legislativas que ocorreram no último ano, como a não existência de um montante mínimo para o investimento, nem obrigatoriedade de ter um parceiro angolano com 35 por cento do capital. Alem disso, um regime especial de investimento para sectores prioritários garante benefícios fiscais às regiões com menos infra-estruturas ou menos desenvolvidas.
Licínio Vaz Contreiras pediu investimentos nos sectores dos produtos alimentares, Agricultura, Pecuária e Pescas, Têxteis e Calçado e Turismo.
Angola, resumiu o PCA da AIPEX, quer “aumentar o peso dos produtos não petrolíferos no PIB  para os sectores prioritários”.
O ministro da Economia e Planeamento, Pedro Luís da Fonseca, definiu como o fim último da adopção de uma parceria com Portugal um crescimento inclusivo, baseado no aumento do bem-estar e na redução da pobreza. O estabelecimento dessas metas dá-se, entretanto, num contexto de desequilíbrios da economia angolana, ao nível da fraca capacidade de produção do seu tecido empresarial e da elevada taxa de incorporação de matérias primas importadas.
O presidente da AICEP, Luís Castro Henriques, anunciou que, nas novas condições, mais atractivas, do mercado angolano, a agência programou, para 2019, um conjunto de visitas de prospecção de negócios às províncias angolanas, a presença em feiras e a promoção de missões empresariais.