Economia

Banqueiro renunciou presidência do Valor

Álvaro Sobrinho renunciou quarta-feira à presidência do Conselho de Administração  do Banco Valor, depois do BNA estar a relutar, desde Novembro, na comprovação da idoneidade do banqueiro para ocupar o posto.  

19/01/2019  Última atualização 17H25
DR © Fotografia por: Álvaro Sobrinho é accionista controlador do Banco Valor

Numa declaração em que dá conta da renúncia, Sobrinho aponta que a decisão  foi tomada pela  dualidade de critérios usada pelo BNA que, nos últimos meses de 2018, autorizou-o a tomar participações de outros sócios para se tornar accionista controlador do Valor, depois de aferida a sua idoneidade, mas adiou em duas ocasiões a emissão de um tal reconhecimento para presidir o banco.
Lembra que, para elevar as suas acções a 56,5 por cento do Banco Valor, comprou as participações de seu irmão, Emanuel Madaleno, e do vice-governador do BNA, Rui Miguêns, com autorização do banco central.
Depois de, em Novembro, ter sido cooptado para presidente do Conselho de Administração, o banqueiro diz ter obtido a confirmação do governador do BNA, José de Lima Massano, de que não havia inconvenientes em aceitar essa decisão do Valor.
A 3 de Dezembro, “sem que tenha sido pedida qualquer informação”, o BNA comunicou que suspendia o prazo de deferimento tácito do pedido por 30 dias por estar a fazer diligências de aferição da idoneidade de Álvaro Sobrinho, voltando a fazê-lo a 3 de Janeiro, quando informou sobre o prosseguimento de acções por igual período de tempo.
A presidente do Capítulo Angola da World Compliance Association (WCA), Andrea Moreno, considerou, consultada pelo Jornal de Angola, ser normal que o BNA realize uma “due diligence” reforçada, estendendo os prazos para salvaguardar a clareza dos processos.
“Não se trata da palavra do governador, mas da análise técnica de uma equipa especializada que pode despender mais tempo”, afirmou, apontando a legislação internacional que cumpre os requisitos da “due diligence”.