Economia

Governo anuncia abertura de mais duas lapidadoras

Angola vai contar, até Abril, com mais duas fábricas de lapidação de diamantes, uma em Luanda e outra na Lunda-Sul, esta última estimada em dez milhões de dólares, anunciou ontem a Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam).

13/02/2019  Última atualização 08H11
Maria Augusta | Edições Novembro © Fotografia por: Stone Polished Diamond emprega tecnologias de ponta e está projectada para valorizar a produção angolana de diamantes

O anúncio foi feito pelo presidente do Conselho de Administração da Sodiam na inauguração da Stone Polished Diamonds, a segunda lapidadora aberta em Luanda, a qual precede uma outra projectada para Saurimo para empregar 200 trabalhadores e evoluir para mais de 300, com um investimento de dez milhões de dólares.
Eugénio Bravo da Rosa disse à imprensa que a lapidação se enquadra nos planos institucionais de elevar a capacidade de lapidação, o que, de acordo com as declarações do ministro dos Recursos Minerais e Petróleos, se enquadra numa estratégia de elevação dos níveis de inserção da indústria diamantífera angolana entre os principais produtores da África Austral, nomeadamente a Namíbia, o Botswana e a África do Sul. O projecto, indicou Diamantino Azevedo, é baseado na aposta da abertura de unidades de lapidação em Luanda e nas principais áreas de exploração.
Diamantino Azevedo recordou que a política nacional do diamante estabelece que uma quota de até 20 por cento da produção total deve ser direccionada às unidades de lapidação instaladas no país, mediante sessões de comercialização personalizadas e planeadas de acordo com as necessidades específicas.
O ministro dos Recursos Minerais considerou que a inauguração da nova unidade, que conta com equipamentos de alta tecnologia na sua linha de produção, marca passos significativos na implementação da política de exploração recentemente aprovada, prevendo que projectos como a Stone Polished Diamond sejam replicados nas áreas de exploração diamantífera.
O governante garantiu apoio institucional a todas as iniciativas que cumpram a política de comercialização de diamantes, referindo que o Governo vai continuar a incentivar a criação de instrumentos para a transformação dos diamantes no país, para fomentar o surgimento de fábricas de lapidação que acrescentem valor à produção angolana e criem empregos.
“O Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos e a Sodiam estão a criar condições para que mais empresas se possam instalar na Lunda- Sul, Lunda- Norte e outras províncias”, adiantou, assegurando a absorção de cerca de 20 por cento da produção de diamantes pelas lapidadoras a instalarem-se no país.
Com um investimento de cinco milhões de dólares, a Stone Polished Diamond emprega 70 trabalhadores, número que poderá chegar aos 140 com instalação de mais equipamentos e serviços na sua área de 400 metros quadrados.
O presidente do Conselho de Administração da Sodiam, empresa que detém dez por cento das acções da Stone Polished Diamond, referiu que o objectivo é deixar aos agentes privados a iniciativa para a instalação de mais empresas de lapidação. “A ideia da Sodiam, como canal único e órgão público de comercialização, é estar no projecto apenas para dar suporte e contribuir com a venda dos diamantes brutos necessários para garantir a continuidade dessa unidade de lapidação de diamantes”, referiu Eugénio Bravo Rosa.

Receitas das vendas cresceram 11 por cento

A receita bruta da comercialização de diamantes em 2018 em Angola atingiu os 1.223 milhões de dólares, menos dez por cento no volume, mas mais 11 na receita, comparando com 2017, anunciou ontem a Sodiam.
Fernando Amaral, administrador da Sociedade de Comercialização de Diamantes de Angola (Sodiam), falava aos jornalistas depois da apresentação dos resultados da comercialização diamantífera relativa ao quarto trimestre de 2018, numa conferência de imprensa no Ministério dos Recursos Naturais e Petróleos.
Segundo Fernando Amaral, o montante é representativo da venda de 8,4 milhões de quilates de diamantes, oriundos das explorações diamantíferas da Lunda-Sul (89,2 por cento) e da Lunda-Norte (10,8).
Nos últimos três meses de 2018, segundo o administrador da Sodiam, comercializou-se um volume total de 2,5 milhões de quilates, um aumento de 2,00 por cento em relação a idêntico período de 2017.
A receita bruta da comercialização totalizou 381 milhões de dólares, o que representa um aumento de 19 por cento (63,2 milhões de dólares) em relação ao último trimestre de 2017, com o preço médio do quilate a rondar os 152 dólares.
Segundo Fernando Amaral, as perspectivas para 2019 são as previstas no Plano Nacional de Desenvolvimento (PDN) 2018/2022 - a meta de produção de 13 milhões de quilates anuais -, “pelo que há uma grande evolução a concretizar pelo caminho”.
Para o administrador da Sodiam, a evolução passa, em primeiro lugar, por optimizar o que existe actualmente em termos de produção, bem como por fazer novas descobertas e pôr novas minas a funcionar.

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